Em um evento marcado por cordialidade e indiretas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dirigiu-se ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante a assinatura do convênio para a construção do túnel Santos-Guarujá.
Ao se dirigir a Tarcísio de Freitas, Lula afirmou: “Quero dizer, Tarcísio, que você terá da Presidência da República tudo aquilo que for necessário porque não estou beneficiando o governador, estou beneficiando o estado mais importante da federação, com 42 milhões de habitantes. Eu sou de origem pernambucana, mas cheguei aqui nessa cidade com sete anos de idade. E tudo que sou na vida eu devo a São Paulo. Portanto, São Paulo merece respeito, e o governador merece ser tratado com muito respeito nas atividades públicas”.
Lula ressaltou que, apesar das diferenças políticas, terá “respeito” pelo papel de Tarcísio e que São Paulo merece ser tratado com “respeito”. “Não estou beneficiando o governador, estou beneficiando o estado mais importante da federação”, afirmou.
O presidente brincou sobre a relação com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ex-adversário político, e disse que o Brasil precisa de “harmonia, alegria e esperança”.
“O Alckmin, nós brigamos tanto. Olha como é que a gente tá agora? Casadinho. Nós estamos separados pela dona Lu e pela dona Janja, mas estamos ali juntinho. O Brasil precisa disso. O Brasil precisa de harmonia, o Brasil precisa de um pouco de alegria, de um pouco de esperança”, brincou Lula.
O presidente também relembrou a trajetória de Tarcísio de Freitas, desde os tempos em que ambos trabalharam no meio da Amazônia, passando pela gestão junto à ex-presidente Dilma Rousseff até sua surpreendente adesão ao governo Bolsonaro. Lula, por sua vez, demonstrou respeito pela escolha do governador e brincou sobre o resultado eleitoral, prometendo preparar-se para um possível embate nas próximas eleições.
“Eu encontrei com o Tarcísio no meio da Amazônia, trabalhando no gasoduto. Depois o Tarcísio trabalhou com a [ex-presidente] Dilma Rousseff. Depois eu estranhei que ele foi trabalhar com o Bolsonaro. Mas paciência, é uma opção dele. E depois ele ganhou de nós nas eleições”, disse Lula.