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Na semana passada, um general norcoreano ficou ferido e vários oficiais enviados por Pyongyang para a região russa de Kursk morreram em um ataque ucraniano com mísseis Storm Shadow, fornecidos pela Grã-Bretanha, contra um centro de comando russo na cidade de Marino.
A informação foi confirmada por um funcionário ucraniano ao jornal Financial Times, que acrescentou que este ataque foi apenas um dos vários realizados contra posições norcoreanas na região ao longo da última semana.
De acordo com a inteligência ucraniana, a Coreia do Norte enviou à região o coronel general Kim Jong Bok para supervisionar as unidades de forças especiais do “Corpo de Assalto”, que foram deslocadas para apoiar as forças russas. Contudo, não foi confirmado se Kim Jong Bok estava presente em Marino no momento do ataque.
O Wall Street Journal também relatou anteriormente, citando fontes ocidentais, que um general norcoreano ficou ferido durante o ataque.
Tropas norcoreanas em Kursk
Milhares de soldados norcoreanos foram deslocados para a região de Kursk, onde desempenham funções de apoio, permitindo à Rússia redirecionar mais de 50.000 tropas para as linhas de combate no fronte com a Ucrânia. Até o momento, os soldados de Pyongyang atuaram principalmente em posições secundárias e não participaram diretamente de confrontos com as forças ucranianas, conforme informaram altos funcionários de Kiev ao jornal britânico, sob condição de anonimato.
Um oficial ucraniano afirmou que mais de 11.000 soldados norcoreanos estão em Kursk, sendo treinados para participar de “unidades de assalto” sob a supervisão de comandantes russos. Ele acrescentou que a Coreia do Norte considera esta experiência de combate estratégica para seu exército, mesmo que implique em um alto custo humano. Estimativas de inteligência indicam que Pyongyang espera perder entre 30% e 40% de suas tropas em combate, enquanto o restante retornará com experiência em guerra moderna.
O Instituto para o Estudo da Guerra informou que as tropas norcoreanas têm treinado ao lado de unidades de infantaria naval russa e forças aerotransportadas em preparação para o combate em Kursk.
Armas norcoreanas para a Rússia
A Coreia do Norte não apenas enviou soldados à Rússia, mas também importantes quantidades de armamento e munições. De acordo com a inteligência ucraniana, Pyongyang entregou recentemente obuses autopropulsados M1989 de 170 mm e sistemas de foguetes de lançamento múltiplo de 240 mm, aumentando as entregas realizadas nas semanas anteriores. Além disso, a Coreia do Norte forneceu mais de 100 mísseis balísticos KN-23 e KN-24, junto com mais de 9 milhões de projéteis de artilharia.
Parte desse arsenal foi colocado na região de Kursk, enquanto o restante permanece em depósitos para uso eventual contra a Ucrânia. Em troca dessa colaboração, a Coreia do Norte estaria recebendo tecnologia militar para seus programas de mísseis e ajuda financeira, conforme avaliações de inteligência da Ucrânia, da Coreia do Sul e de agências ocidentais.
Resposta ucraniana
O ataque em Marino ocorreu um dia depois de a Ucrânia utilizar, pela primeira vez, os mísseis americanos Atacms contra um depósito de armas na região de Bryansk, ao noroeste de Kursk. Essas ofensivas marcam um aumento significativo nas ações militares ucranianas contra alvos no território russo. Os combates na região de Kursk e no fronte sudeste de Donetsk escalaram nas últimas semanas, com ambos os lados tentando consolidar posições antes de janeiro, quando Donald Trump assumirá a presidência dos Estados Unidos.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, afirmou no mês passado que as tropas norcoreanas deslocadas para a Rússia seriam consideradas “alvos legítimos” pela Ucrânia.
O despliegue norcoreano na Rússia parece alinhar-se aos interesses de Kim Jong-un em obter experiência militar direta para suas tropas. Segundo um alto funcionário de inteligência ucraniana ao FT, essa experiência de combate no mundo real e no século XXI “é mais valiosa do que receber armas da Rússia”.