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Homens jovens de 20 a 24 anos tinham 4,1 vezes mais chances de morrer do que mulheres da mesma faixa etária no Brasil em 2023, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa, que faz parte da Tábua de Mortalidade 2023, revela uma discrepância significativa entre os índices de mortalidade masculina e feminina, especialmente entre os adultos jovens.
A pesquisa mostra que, em 2023, a sobremortalidade — que é a razão entre as taxas de mortalidade masculina e feminina — foi mais acentuada entre os jovens adultos, particularmente nas faixas etárias de 15 a 19 anos, 20 a 24 anos e 25 a 29 anos. Os valores de sobremortalidade nestes grupos foram de 3,4, 4,1 e 3,5, respectivamente.
No grupo de 20 a 24 anos, um homem de 20 anos tinha 4,1 vezes mais chances de não completar 25 anos do que uma mulher na mesma faixa etária. Segundo o IBGE, essa disparidade pode ser explicada pela maior incidência de mortes por causas externas, como homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos e quedas acidentais, que afetam de forma desproporcional a população masculina.
O IBGE aponta que essa sobremortalidade masculina se acentuou a partir da década de 1980, quando o Brasil se urbanizou majoritariamente, e as causas externas passaram a ter um papel significativo nas taxas de mortalidade, particularmente entre os homens jovens.
Além disso, a pesquisa também abordou a mortalidade feminina no período fértil (de 15 a 49 anos). Em 2023, de cada 100 mil nascidas vivas, 98.426 alcançaram os 15 anos, e 94.416 chegaram aos 49 anos. Em 1940, o número era bem menor: de cada 100 mil nascidas vivas, 77.777 completaram 15 anos, e 57.336 chegaram ao final do período fértil. Isso demonstra um avanço considerável na sobrevivência das mulheres durante seu período reprodutivo, com a probabilidade de uma recém-nascida completar o período fértil aumentando de 573% em 1940 para 944% em 2023.
A gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Izabel Marri, comentou que essa evolução é reflexo da diminuição generalizada dos níveis de mortalidade no Brasil. “A grande maioria das mulheres que nascem hoje terão a oportunidade de iniciar e completar o período reprodutivo, permitindo que tenham os filhos que desejarem”, afirmou.
As Tábuas de Mortalidade 2023 também servem como base para a projeção populacional do Brasil entre 2000 e 2070, além de serem utilizadas para o cálculo de aposentadorias no Regime Geral de Previdência Social (RGPS).