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Perda de peso em busca do “peso ideal” para competições prejudica desempenho e saúde de atletas do sexo feminino, especialmente em esportes de resistência como corrida, natação, ciclismo e remo.
Um novo estudo da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, investigou os efeitos da baixa disponibilidade de energia (ADE) entre atletas do sexo feminino. A ADE, caracterizada pela ingestão insuficiente de calorias em relação ao gasto energético, é uma prática comum entre atletas que buscam o “peso ideal” para suas modalidades.
Pesquisa revela queda de desempenho e impactos negativos na saúde
O estudo acompanhou 12 triatletas do sexo feminino durante dois períodos de 14 dias: um com ingestão normal de calorias e outro com apenas 50% das necessidades energéticas. As atletas que restringiram a ingestão de calorias perderam em média 4% de peso corporal, metade do qual era massa muscular.
Essa restrição calórica resultou em uma queda de 7,7% no desempenho em um contrarrelógio de 20 minutos de bicicleta e até 18% em um teste de curta duração mais intenso. Além do impacto no desempenho, a ADE também levou a um aumento do estresse sistêmico, com elevação do cortisol e comprometimento do sistema imunológico, aumentando o risco de doenças.
Resultados desafiam crença de que “mais leve é sempre melhor”
Os pesquisadores alertam para os perigos da ADE e defendem uma mudança na cultura do esporte, que muitas vezes pressiona os atletas a perder peso sem considerar os impactos na saúde e no desempenho.
“Precisamos lançar luz sobre o fenômeno e perguntar criticamente: o que estamos realmente fazendo com nossos atletas física e psicologicamente?”, questiona a professora Ylva Hellsten, da Universidade de Copenhague.
Team Denmark adota resultados para promover saúde e bem-estar de atletas
A Team Denmark, organização esportiva de elite da Dinamarca, acolheu com entusiasmo os resultados do estudo e os utilizará para embasar seu trabalho de conscientização sobre os perigos da ADE.
“A ingestão insuficiente de energia é um tema muito importante e desafia a atitude de que mais leve é sempre melhor”, afirma Majke Jørgensen, nutricionista esportiva da Team Denmark. “Vamos usar esses resultados para apoiar o que já estamos tentando comunicar, tanto individualmente quanto em workshops e apresentações.”
Diferenças de gênero: mulheres mais vulneráveis à ADE
O estudo também indica que as mulheres são mais vulneráveis aos efeitos negativos da ADE do que os homens. A baixa disponibilidade de energia pode levar a uma queda drástica nos níveis de estrogênio, hormônio essencial para a saúde do sistema circulatório, músculos, ossos e outros sistemas do corpo feminino.
Reversão dos efeitos negativos exige mais do que “três dias de re alimentação”
Os pesquisadores também investigaram os efeitos de um período de “re alimentação” de três dias após os 14 dias de ADE. No entanto, não observaram nenhuma melhora no desempenho das atletas, sugerindo que os efeitos negativos da ADE não podem ser revertidos rapidamente.
Alerta para efeitos duradouros e necessidade de mudança de paradigma
O estudo da Universidade de Copenhague reforça a necessidade de uma mudança de paradigma no esporte, com foco na saúde e no bem-estar dos atletas, em vez da busca por um “peso ideal” inatingível e prejudicial.
Compreendendo as implicações:
- A busca pelo “peso ideal” em esportes de resistência pode levar à ADE, com consequências negativas para o desempenho e a saúde, especialmente em mulheres.
- Atletas, treinadores e equipes esportivas devem estar cientes dos riscos da ADE e adotar medidas para promover a saúde e o bem-estar dos atletas.
- É crucial investir em pesquisas e programas educativos que abordem a ADE e seus impactos no esporte.
- A mídia e o público em geral também devem ser conscientizados sobre os perigos da ADE e a importância de promover uma cultura esportiva saudável.
Este estudo é um passo importante para compreender os efeitos da ADE e promover mudanças positivas no mundo do esporte.