Com um início volátil, o Ibovespa ganhou fôlego e conseguiu se manter em forte alta após o Federal Reserve (Fed) divulgar um programa de compras estruturadas de “commercial papers”, notas promissórias cujo mercado estava sofrendo problemas de liquidez nos Estados Unidos.
Próximo às 15 horas, o índice avançava 5,94%, aos 75.394 pontos. Mas, entre as mínimas e as máximas, foi dos 70.782 pontos aos 77.255 pontos, dando dimensão da volatilidade vista no pregão.
Em comunicado, o Fed mostrou um programa de até US$ 10 bilhões para compra desses títulos, que não são lastreados. Esse tipo de instrumento não era utilizado desde a crise financeira de 2008. Analistas concluiram que o anúncio do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, de um pacote de 200 bilhões de euros em medidas para amenizar os impactos da pandemia de coronavírus sobre a economia também ajudou a trazer algum ânimo ao mercado. O valor corresponde a quase 20% do PIB do país europeu.
Todos esses acontecimentos são, de acordo com o Valor Econômico, em decorrer de um mercado que de fato demandava ações concretas e rápidas para mitigar os efeitos da doença ao redor do mundo. Internamente, nem mesmo a decisão do ministro da Economia, Paulo Guedes, de garantir um pacote econômico para combater os impactos da doença na atividade havia sido suficiente para trazer de volta alguma confiança aos investidores.
Entre as maiores altas do Ibovespa, estavam BRF ON (10,11%), JBS ON (7,99%) e Cielo ON (11%). Ainda assim, apesar do otimismo pontual visto agora, as empresas ligadas ao setor de turismo continuam entre as maiores baixas, uma vez que tendem a sofrer os prejuízos causados pela pandemia por mais tempo: CVC Brasil ON (-7%) e Smiles ON (-3,18%).