Em mais uma sessão de derretimento dos preços, o petróleo fechou esta terça-feira, (21) em forte queda no mercado internacional. Causando pelo descompasso entre oferta e demanda em meio à pandemia de coronavírus e pela iminência de lotação dos estoques da commodity nos Estados Unidos, a crise no setor pressionou com força os contratos no exterior.
Entre os contratos mais líquidos, na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para junho fechou em queda de 43,36%, a US$ 11,57, menor valor desde 1999, após ter sido negociado, ao longo do dia, abaixo da marca dos US$ 8. Na Internacional Exchange (ICE), o petróleo Brent para o mesmo mês encerrou a sessão em queda de 24,4%, a US$ 19,33 o barril, menor valor desde 2002.
Já o contrato do petróleo WTI para maio, que venceu hoje e ontem foi cotado no terreno negativo, fechou em alta de 126,8%, a US$ 10,01 o barril. Além da iminente queda drástica na demanda, decorrente da retração na atividade global por conta da pandemia de coronavírus, o vencimento do contrato WTI para maio seguiu o movimento de ontem e pressionou com força os demais contratos. Isso porque negociadores da commodity quiseram evitar ao máximo receber a entrega física do óleo, extremamente cara no atual cenário de pouco espaço para armazenamento.
Hoje, o banco Morgan Stanley estimou que os estoques em Cushing, principal centro de estocagem nos EUA, podem chegar ao limite de capacidade até junho. Para reverter a situação, operadores esperam anúncio por um corte de produção no estado americano do Texas a qualquer momento.
Entre outras notícias do setor, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje em seu Twitter que tem a intenção de estabelecer um plano para disponibilizar fundos à indústria americana de petróleo e gás. Ainda assim, de acordo com analistas, o mercado de petróleo tem capacidade de se estabilizar a longo prazo. “Os atuais preços do petróleo forçarão os produtores a continuarem reduzindo a produção.
Mas, à medida em que a demanda se recuperar – pelo menos parcialmente -, quando os bloqueios (para conter a Covid-19) forem reduzidos, o aumento de estoques deve cessa”, defende o Danske Bank.