Em um mês o Brasil já consegue contabilizar nesta quinta-feira(23) um prejuízo de R$16 bilhões com o dos shoppings. O diagnóstico é do presidente da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings), Nabil Sahyon.
Em São Paulo, o impacto do fechamento dos estabelecimentos comerciais foi tão avassalador que somou cerca de R$ 4,5 bilhões, de acordo com a associação.
O que está salvando é relaxamento das medidas de isolamento social, que fez mudanças nas expectativas do setor. Com a recente reabertura de 43 shopping centers em 19 cidades, Sahyon estima que o movimento nesses estabelecimentos deve girar em torno de 20% a 30% daquele registrado antes da pandemia. “Precisamos observar se haverá uma demanda reprimida ou não e como o público vai reagir”, afirmou.
De acordo com ele, a tendência é que a volta aos shoppings seja gradual. “A reabertura é importante para que a atividade volte a funcionar. Temos a intenção de segurar os empregos”, afirma. “É importante que essa flexibilização priorize os shoppings centers, já que são atividades que geram empregos em mais 60 segmentos.”
Em São Paulo, onde o governo do estado ainda não deu detalhes de como será realizada a quarentena flexibilizada, mas prevê a reabertura econômica para o dia 11 de maio, Sahyon diz que espera ver o setor de volta ao funcionamento dia 30 de abril. “Queremos [voltar] para trabalhar o Dia das Mães, considerada a segunda melhor data do varejo, já que outros estados já estão abrindo.”
O presidente da associação diz não prever um “retorno eufórico” às atividades. “Será uma situação mais controlada para que, depois, com investimento das empresas com liquidações e promoções, ocorra uma progressão natural de uma volta ao comércio. Deve demorar de 30, 60 a 90 dias.”
Em relação ao desemprego ocorrido no setor, o presidente da Alshop explica que cerca de 70% das lojas de shoppings são de pequenos empresários. Com isso, segundo ele, “algumas empresas tiveram que demitir”. “Por outro lado, muitas empresas aguardaram orientações”, diz.
Além da reabertura dos shoppings, Sahyon afirma que o setor pede aos governos estaduais uma postergação do pagamento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para, segundo ele, pagar funcionários. “Ainda não temos uma referência de modelo de funcionamento porque estamos no início da reabertura, mas estamos acompanhando o desempenho, as regras de vigilância de saúde”, finaliza.