Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
A alta das importações em ritmo maior que o das exportações fez o superávit da balança comercial recuar levemente em julho. No mês passado, o país exportou US$ 7,395 bilhões a mais do que importou. Esse foi o segundo melhor resultado da história, só perdendo para julho do ano passado (US$ 7,601 bilhões).
Apesar da queda de 2,7% em valores absolutos, o saldo comercial em julho bateu recorde pelo critério da média diária. Ao dividir o superávit pelo número de dias úteis, o saldo cresceu 1,7% em julho de 2021 na comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo o Ministério da Economia, a diferença decorre do fato de que julho deste ano teve 22 dias úteis, contra 23 em 2020.
No mês passado, as exportações somaram US$ 25,529 bilhões, alta de 37,5% sobre julho de 2020 pelo critério da média diária. As exportações bateram recorde para todos os meses desde o início da série histórica, em 1989. As importações totalizaram US$ 18,133 bilhões, alta de 60,5% na mesma comparação.
A alta no preço das commodities sustentou as exportações. No mês passado, o volume de mercadorias embarcadas caiu 8% em relação a julho de 2020. Os preços subiram, em média, 43,1% na mesma comparação. Por causa da quebra na safra de milho, afetada pela seca e pelas geadas, as exportações do produto caíram US$ 223 milhões em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Do lado das importações, as compras de combustíveis, de adubos e fertilizantes e de partes e acessórios de veículos apresentaram o maior crescimento. A alta do dólar, associada à elevação no preço internacional do petróleo (usado tanto nos combustíveis como em parte dos fertilizantes), pressionou as importações. A recuperação da economia também elevou o consumo. No mês passado, o volume importado subiu 31%, e os preços médios aumentaram 15,4%.
Com o resultado de julho, a balança comercial acumula superávit de US$ 44,126 bilhões nos sete primeiros meses do ano. O resultado é 48,6% maior que o dos mesmos meses de 2020, também pelo critério da média diária, e também é o maior da série histórica para o período. O recorde anterior, de 2017, estava em US$ 36,318 bilhões.
Em 2021, as exportações continuam a crescer mais que as importações. As vendas para o exterior somaram US$ 161,416 bilhões, alta de 35,3% pela média diária em relação aos sete primeiros meses do ano passado e valor recorde desde o início da série histórica. As compras do exterior totalizaram US$ 117,289 bilhões, aumento de 30,5% pelo mesmo critério.
Em julho, o governo elevou para US$ 105,3 bilhões a previsão de superávit da balança comercial neste ano, o que garantiria resultado recorde. A estimativa já considera a nova metodologia de cálculo da balança comercial. As projeções estão mais otimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 70,37 bilhões neste ano.
Em abril, o Ministério da Economia mudou o cálculo da balança comercial. Entre as principais alterações, estão a exclusão de exportações e importações feitas de plataformas de petróleo. Nessas operações, plataformas de petróleo que jamais saíram do país eram contabilizadas como exportação, ao serem registradas em subsidiárias da Petrobras no exterior, e como importação, ao serem registradas no Brasil.
Outras mudanças foram a inclusão, nas importações, da energia elétrica produzida pela usina de Itaipu e comprada do Paraguai, num total de US$ 1,5 bilhão por ano, e das compras feitas pelo programa Recof, que concede isenção tributária a importações usadas para produção de bens que serão exportados. Toda a série histórica a partir de 1989 foi revisada com a nova metodologia.