Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou nesta sexta-feira (12) o viés do mercado financeiro em suas avaliações econômicas durante sua participação no 19° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, em São Paulo. Haddad destacou que o mercado tende a dar notas piores para a economia durante governos progressistas, apesar dos mesmos indicadores.
“Estou falando de como o mercado reage aos mesmos indicadores. Um país que tem o mesmo indicador [desempenho] que o outro. Por que um recebe nota menor e outro maior, se é o mesmo indicador?”, questionou Haddad.
“Tem viés. Então temos que corrigir isso para que nós tenhamos uma sociedade melhor. E isso vale para tudo. Quando você estigmatiza, sempre é ruim. Você tem que se basear no que você tá vendo para combater esse tipo de viés”, acrescentou.
O ministro também mencionou as agências de classificação de risco Moody’s, S&P e Fitch Ratings, afirmando que, segundo elas, o Brasil teria grau de investimento pelas métricas objetivas, mas que a nota é frequentemente rebaixada por percepções subjetivas.
Além disso, Haddad criticou a falta de aderência dos mercados financeiros aos indicadores econômicos brasileiros. “Tinha um ‘diz-que-me-diz’ no mercado mesmo, e eu estava incomodado porque eu não estava vendo aderência aos indicadores brasileiros”, disse o ministro.
Sobre a avaliação negativa da economia pela população, Haddad atribuiu isso à desinformação e a uma estratégia ativa de opositores para minar a credibilidade dos dados econômicos.
Em relação ao equilíbrio fiscal, Haddad reiterou seu compromisso. “Eu não acredito que a expansão fiscal, neste momento, seja boa para o Brasil. Ao contrário, eu penso que se nós fizermos uma contenção desse período de 10 anos, nós temos espaço na política monetária de corte de juros para promover um desenvolvimento sustentável, para o investimento privado aumentar. O objetivo de equilíbrio das contas é o que vai fazer o juro cair e o Brasil crescer”, afirmou.
O ministro concluiu destacando os desafios fiscais herdados do governo anterior. “O Brasil, do ponto de vista fiscal, viveu duas pandemias. A pandemia propriamente dita [da covid-19] e a eleição de 2022, que teve calote. Passaram a mão no dinheiro dos governadores e abriram os cofres do Tesouro para distribuir benefícios em época eleitoral. É uma confusão fiscal que nós vamos ter que ter paciência para pôr em ordem”.