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A Petrobras registrou um prejuízo de R$ 2,605 bilhões no segundo trimestre, o primeiro resultado negativo desde o terceiro trimestre de 2020, quando a estatal reportou um prejuízo de R$ 1,5 bilhão.
No mesmo período do ano passado, a empresa havia registrado um lucro de R$ 28,782 bilhões, enquanto, nos três primeiros meses deste ano, os ganhos foram de R$ 23,7 bilhões.
Este balanço financeiro é o primeiro sob o comando de Magda Chambriard, que assumiu a presidência da Petrobras em junho, após a demissão de Jean Paul Prates em meio a uma polêmica sobre o pagamento de dividendos pela companhia.
Antes de divulgar os resultados do segundo trimestre, a estatal anunciou a aprovação do pagamento de R$ 13,57 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio.
Segundo a Petrobras, o resultado negativo foi impactado principalmente pela variação cambial e por uma transação tributária — um acordo bilionário firmado com o governo federal para quitação de dívidas.
Em junho, a companhia aderiu a um processo para encerrar pendências fiscais e tributárias no valor de R$ 45 bilhões com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e a Receita Federal.
Fernando Melgarejo, diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, afirmou em relatório que, sem esses eventos excepcionais, o lucro líquido do segundo trimestre teria alcançado US$ 5,4 bilhões e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) seria de US$ 12 bilhões, em linha com o trimestre anterior.
Melgarejo destacou ainda que a companhia manteve uma forte geração de caixa no período, o que permitiu a realização de US$ 3 bilhões em investimentos e o cumprimento da política de remuneração aos acionistas, com o pagamento de dividendos.
O balanço divulgado indicou que o Ebitda ajustado da Petrobras totalizou R$ 49,7 bilhões entre abril e junho, uma queda de 12,3% em relação ao mesmo período de 2023.
Em comparação com o primeiro trimestre deste ano, houve um recuo de 17%, influenciado por menores margens de diesel e gasolina, aumento das importações e itens não recorrentes, como o acordo de trabalho de 2023 e a adesão à transação tributária.
Esses efeitos foram parcialmente compensados pelo aumento das receitas com exportações, principalmente devido à valorização do petróleo tipo Brent.
A receita de vendas da Petrobras somou R$ 122,3 bilhões no segundo trimestre, representando um crescimento de 7,4% em relação ao ano anterior e um avanço de 3,9% em comparação com o trimestre anterior.
No mês passado, a empresa havia reportado um crescimento de 2,6% na produção de petróleo no Brasil entre abril e junho, atribuído ao avanço operacional de plataformas que entraram em operação ao longo do ano passado.