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O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S), medido pelo FGV Ibre, registrou queda de 0,13% em novembro, influenciado pela mudança da bandeira tarifária de energia elétrica, que passou da vermelha patamar 2, em outubro, para amarela. Essa alteração resultou em uma redução de 8,76% no custo da energia. Apesar desse alívio, os preços dos alimentos continuam a exercer forte pressão sobre a inflação.
Após uma alta de 0,43% em outubro, o setor alimentício acelerou para 1,09% em novembro, impulsionado principalmente pelas proteínas, com a carne bovina apresentando elevação de quase 7%.
Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre, essa pressão deve se intensificar em dezembro devido à maior demanda sazonal de fim de ano e à oferta limitada, impactada por fatores climáticos e pela alta do dólar, que torna os produtos brasileiros mais atrativos no mercado internacional.
Braz explicou que a seca afetou as pastagens, aumentando os custos de criação de animais, enquanto o ciclo natural da pecuária, que nesta época do ano inclui o abate de matrizes reprodutoras, também contribui para a redução da oferta. Além disso, o aumento das exportações, especialmente para a China, intensificado pela desvalorização do real, tem sustentado os preços em patamares elevados. Ele destacou que a demanda interna, típica das festas de fim de ano, deve manter as proteínas em alta no radar da inflação. Embora a previsão seja de que a alta das carnes em dezembro seja menos intensa, os preços devem permanecer elevados.
Quanto à energia elétrica, Braz observou que, apesar da passagem para a bandeira verde em dezembro, a redução será menos significativa em comparação ao impacto registrado em novembro, o que limita o efeito positivo na inflação geral.
Em 12 meses, o IPC-A acumula alta de 3,98%. Na próxima semana, será divulgado o IPCA, índice oficial de inflação utilizado pelo governo. Analistas consultados pelo Boletim Focus do Banco Central elevaram nesta segunda-feira a projeção para o IPCA fechado de 2024 para 4,71%, após uma leve queda na estimativa na semana anterior. A previsão para 2025 também foi revisada para cima, atingindo 4,40%. Ambos os valores ultrapassam a meta de inflação de 3%, cujo teto é de 4,5%.
Em um evento com investidores, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, que assumirá a presidência da instituição no próximo ano, afirmou que a autoridade monetária dispõe de instrumentos para garantir o cumprimento da meta de inflação. Ele admitiu, no entanto, que pode ser necessário manter uma política monetária contracionista por um período mais prolongado.