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A Globoplay lançou nesta quinta-feira (27) o documentário O Caso Celso Daniel para resgatar os acontecimentos que levaram ao sequestro e à morte do prefeito petista de Santo André (SP) em janeiro de 2002. A série conta com oito episódios, que a cada semana serão disponibilizados dois capítulos.
Então prefeito de Santo André e coordenador do programa de governo da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, Celso Daniel foi encontrado morto com marcas de tiro em 20 de janeiro de 2002, dois dias após ser sequestrado. Um inquérito policial concluiu que o crime foi cometido por uma quadrilha da favela Pantanal, zona sul de São Paulo. Seis homens foram condenados. O Ministério Público investigou se o assassinato foi motivado para acobertar um esquema de corrupção que existia na prefeitura, mas a tese não prosperou.
Em 2019, o publicitário Marcos Valério de Souza, condenado a 40 anos de prisão por ser o operador do mensalão do PT, disse em depoimento que teve a informação de que o ex-presidente Lula teria sido um dos mandantes da morte de Celso Daniel – prefeito petista de Santo André (SP) assassinado em 2002. A revelação numa reportagem da revista Veja, que obteve o depoimento do publicitário ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
Valério disse que a informação de que o ex-presidente Lula teria sido o mandante do assassinato foi repassada a ele diretamente pelo empresário Ronan Maria Pinto – que participava de um esquema de propina na prefeitura de Santo André.
Segundo a reportagem, Ronan ameaçou envolver a cúpula do PT na morte de Celso Daniel, e Valério havia sido designado pelos petistas para comprar o silêncio do empresário. Segundo o relato do publicitário ao MP-SP, Marcos Valério e Delúbio Soares, tesoureiro do PT à época, se reuniram 2003 com Ronan em um hotel de São Paulo. O depoimento de Valério relata ainda que Ronan, nessa reunião, disse que não ia “pagar o pato” sozinho e que apontaria Lula como “mandante da morte” de Celso Daniel. Para não fazer isso, exigiu dinheiro. O pagamento, de R$ 6 milhões, teria sido feito. À época, Lula já era presidente.
Segundo a Globoplay, a série documental tem o propósito de mostrar os fatos a partir de personagens relevantes para a história como familiares, colegas de partido, jornalistas, advogados, além de delegados e promotores.