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O presidente Jair Bolsonaro falou a garimpeiros nesta terça-feira (1) que eles eram felizes na época da ditadura, quando, segundo ele “a legislação era outra”. Bolsonaro afirmou que, como presidente, se vê na obrigação de “cumprir a lei” atual.
O presidente recebeu os garimpeiros de Serra Pelada, sudeste do Pará, no Palácio do Planalto. No encontro, a categoria pediu uma intervenção federal no garimpo, por meio de uma “administração militar”.
As exigências são, entre outros pontos, o combate a crimes como evasão de divisas e uma parceria com o setor de engenharia do Exército para a exploração de minérios.
Após à reunião, Bolsonaro foi à guarita principal do prédio, onde o grupo se concentrava, e fez um discurso.
“Há mais de 30 anos, desde quando cheguei ao parlamento, em 1991, sei que vocês brigam por isso. Vocês foram felizes no tempo do [presidente da ditadura João Batista] Figueiredo. A legislação era outra, era outra. E eu tenho que cumprir a lei”, afirmou Bolsonaro.
O presidente também disse que, se houver possibilidade legal, vai enviar as Forças Armadas para Serra Pelada.
“Se tiver amparo legal, eu boto as Forças Armadas lá. Se tiver amparo legal. Não vou prometer para vocês o que não posso fazer. Se tiver amparo legal, eu boto as Forças Armadas lá, a gente resolve esse problema aí”, disse o presidente.
O garimpo de Serra Pelada viveu seu auge nos anos 80. Segundo dados oficiais, foram extraídas de lá 30 toneladas de ouro, e mais de 100 mil homens trabalharam no local. Em 1992 a exploração manual ficou inviável e toda a área foi inundada. Depois de 15 anos, pesquisas geológicas apontaram a existência de 33 toneladas de ouro em uma área de 100 hectares. Uma mineradora canadense, Colossus, foi contratada pela cooperativa de garimpeiros de Serra Pelada e, em 2011, começou a operar na região. No entanto, a mineradora alegou dificuldades técnicas e não deu início à produção.
O governo federal se retirou do papel de gestor do garimpo em 1985.