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O petista Lula virou réu nesta sexta-feira (23) pela quarta vez na Operação Lava Jato do Paraná. O juiz Luiz Antonio Bonat recebeu a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente, Antonio Palocci, Paulo Okamotto e dois ex-executivos da Odebrecht, Alexandrino Ramos de Alencar e Hilberto Mascarenhas da Silva Filho por lavagem de dinheiro na Petrobras.
Segundo a denúncia, Lula era “comandante e principal beneficiário do esquema de corrupção que também favorecia as empreiteiras cartelizadas”, como a Odebrecht.
A ação afirma ainda que Lula “teria dado aval para que importantes diretores da Petrobras fossem nomeados para atender aos interesses de arrecadação de propinas em favor dele próprio e de outros integrantes do PT, PP e PMDB, com o envolvimento de outros funcionários públicos de elevado status na administração pública”.
Segundo o MPF, Lula tinha ciência e participava do sistema de “cobrança sistemática de propinas” que envolvia os partidos citados, a Petrobras e a Odebrecht. Ainda de acordo com a denúncia, Palocci, ex-ministro da Fazenda, teria atuado na arrecadação e no gerenciamento de propina para o PT.
A denúncia é baseada em depoimentos de Palocci, Marcelo Odebrecht, ex-presidente da construtora, e Alexandrino. Segundo o MPF, os três afirmaram que a empresa teria repassado R$ 4 milhões para o Instituto Lula com intermédio de Okamotto a pedido do ex-presidente. A transação estaria registrada na planilha “Programa Especial Italiano”.
No despacho, Bonat afirma que, além dos colaboradores, a denúncia se baseia em “mensagens eletrônicas de notebook” apreendido com Marcelo Odebrecht. Segundo o texto, as mensagens fazem menção, “em linguagem cifrada”, a valores que “seriam descontados da conta corrente de propinas e remetidos ao Instituto Lula” entre 2011 e 2013.