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Em entrevista ao programa Pânico, o diretor-presidente da Anvisa Antonio Barra Torres afirmou nesta segunda-feira (07) que “nenhuma das quatro vacinas em desenvolvimento no Brasil apresentou protocolos de registro”.
Ele destacou que nenhuma das vacinas contra o novo coronavírus possuí o aval para uso amplo até este momento.
Entre as vacinas com estudos clínicos aprovados pela Anvisa estão a de Oxford – produzida pelo laboratório AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, a Sinovac – desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, a BioNTech e Wyeth/Pfizer e a vacina Jansen-Cilag – criada pela divisão farmacêutica da Johnson-Johnson.
“Nenhuma das quatro deu entrada em documentos de registro, por isso não temos sequer os protocolos para serem analisados. Antes de verificarmos estes protocolos de registro, precisamos acessar os documentos dos estudos clínicos referentes à fase III dos testes. No entanto, estes estudos ainda não se encerraram. Para efetuarmos o registro de vacina contra o coronavírus, demandamos no mínimo 60 dias para analisarmos os documentos”, afirmou.
Barra Torres ainda reiterou a necessidade de um processo rigoroso para a aprovação dos medicamentos: “Não é possível brincar nesta hora, estamos falando de uma coisa muito séria. Tratamos de atestar a uma mãe, a um pai, esposo ou esposa que podem usar as vacinas com a certeza de qualidade, segurança e eficácia. Por isso, encaramos o assunto com toda a seriedade que ele demanda”.
Mesmo sem previsão do registro da vacina chinesa CoronaVac pela Anvisa, o governo de São Paulo anunciou nesta segunda-feira o plano de vacinação contra a Covid-19. Durante o comunicado, o governador João Doria afirmou que o início da imunização acontecerá em 25 de janeiro.
Sobre o anúncio de Doria, o presidente da Anvisa esclareceu que “ainda não é o momento de estipular prazos”: “Na última semana, sinalizamos que a Anvisa está aberta para analisar pedidos de uso emergencial dos imunizantes, mas até o momento não recebemos nenhuma solicitação oficial por parte dos laboratórios. Os que se interessarem, podem solicitar o uso emergencial a qualquer momento. A partir de então, buscaremos fazer uma análise bem feita e no menor tempo possível. No entanto, não fixamos um mês ou dia de aprovação. Para as autoridades que assim fazem, desejo boa sorte. Enquanto isso, continuaremos trabalhando com o mundo real, o mundo científico. Se for possível, a vacinação será antecipada. Se não, também será pelo bem da sociedade. A imunização virá no menor e melhor tempo possível, mas não há condições de apontar um dia ou um mês”.
Na visão de Torres, as vacinas devem ser comercializadas e inclusas no Programa Nacional de Imunização ainda no primeiro semestre de 2021.