A Organização Mundial de Saúde (OMS) cobrou nesta segunda-feira (22) que a gestão da pandemia do novo coronavírus Sars-CoV-2 no Brasil seja coordenada em todas as esferas de poder e alertou que as mortes pela Covid-19 dobraram no último mês.
A entidade disse que a situação no país “é muito preocupante” e comentou a mudança de cargo no Ministério da Saúde, desejando “firmeza” a Marcelo Queiroga, cardiologista que substituirá Eduardo Pazuello.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, utilizou dados epidemiológicos para alertar que a emergência sanitária no país está acelerando, tendo em vista que, entre 15 de fevereiro e 15 de março, as mortes semanais dobraram de cerca de 7 mil para 15 mil óbitos no território brasileiro.
“O número de casos aumenta, o número de mortes aumenta. O Brasil tem que levar isso a sério, seja o governo, seja o povo”, afirmou.
Segundo Ghebreyesus, “é um esforço conjunto de todos os atores que realmente reverterá essa tendência de crescimento [das mortes], que está muito rápida e se acelerando muito”. “Estamos preocupados, especialmente, com a taxa de mortalidade, que dobrou em apenas um mês”, acrescentou.
Para conseguir lidar com o atual cenário, a vice-diretora da OMS e especialista em distribuição de medicamentos e vacinas, Mariângela Simão, ressaltou a necessidade de um olhar voltado para a ciência e um alinhamento entre União, estados e municípios.
“As políticas de saúde precisam ser baseadas em evidência científica, e que sejam alinhadas entre as três esferas de governo”, finalizou ela, desejando a Queiroga “muita competência e firmeza na condução do enorme desafio”.
*Com informações de ANSA