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Quando um pássaro colide com uma janela de vidro, o impacto não apenas causa um susto, mas também marca o início de uma tragédia silenciosa. As colisões de aves contra estruturas de vidro são um problema ambiental significativo, onde as aves sofrem fraturas, hemorragias cerebrais e, em muitos casos, a morte.
Embora apenas uma pequena porcentagem de aves morra instantaneamente ao impactar, muitas ficam feridas e voam desorientadas, tornando-se presas fáceis para os predadores.
Este fenômeno, embora comum, tem sido difícil de quantificar devido à natureza dispersa e silenciosa das mortes subsequentes. No entanto, agora, uma nova pesquisa mais profunda mostra que a cifra anual de mortes de aves norte-americanas que chocam contra vidros pode ter sido gravemente subestimada.
Pesquisas anteriores haviam se baseado na contagem de aves encontradas mortas perto de janelas e outras estruturas de vidro. Mas os pesquisadores deram um passo adiante ao observar aves em tempo real durante cinco anos, além de estudar dados de reabilitação de aves: entre 1.200 milhões e 3.400 milhões de aves morrem em colisões de vidro a cada ano, de acordo com uma pesquisa publicada no The Wilson Journal of Ornithology.
Esta cifra, que representa um aumento de 350% em relação à estimativa feita em 2014, refere-se apenas aos Estados Unidos, o que significa que o impacto global pode ser ainda maior.
Durante cinco anos, pesquisadores liderados por Daniel Klem, um ornitólogo do Muhlenberg College na Pensilvânia, realizaram observações em tempo real e analisaram dados de reabilitação de aves.
“O 99% de todas as janelas do mundo são refletivas”, explica Klem. Isso gera colisões porque quando essa superfície reflete árvores ou o céu, as aves pensam que estão voando em direção a mais habitat e não para um material sólido com o qual podem colidir e se ferir.
“Atualmente, todo lugar está cheio de vidro”, alertou Klem ao The National Geographic. No entanto, soluções estão começando a surgir no mercado, incluindo novos tipos de vidro com padrões que as aves podem ver e evitar.
Prevenir colisões entre pássaros e janelas é bastante simples, explica Klem. Desde que haja algum tipo de “ruído” visual que alerte as aves sobre uma barreira, elas evitarão uma janela. As opções mais simples para estruturas existentes incluem redes externas para janelas, persianas ou pintura para formar padrões na janela.
Através de pesquisas, Klem e seu grupo registraram mais de 1.200 horas de observação ao longo de cinco anos. Mais de 1.300 aves colidiram com os vidros, mas 50% delas não deixaram marcas. Além disso, apenas 14% dos choques resultaram em morte imediata.
Evitar que os pássaros batam nas janelas é algo fácil de fazer. Klem e DeGroote explicaram que a problemática é simples de resolver e novos produtos, como películas, revestimentos, padrões e adesivos, podem ser colocados sobre o vidro para torná-lo mais visível para as aves.
