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A medalhista de ouro olímpica Imane Khelif, de 25 anos, está pronta para dar um novo passo em sua carreira esportiva ao se tornar boxeadora profissional. Khelif fez história ao conquistar a primeira medalha de ouro da Argélia na categoria de boxe feminino até 66 kg durante os Jogos Olímpicos de Paris, no verão deste ano.
No entanto, sua trajetória vitoriosa foi marcada por polêmicas relacionadas ao gênero. Após a desistência da atleta italiana Angela Carini em sua luta de abertura no torneio, rumores infundados sobre a suposta identidade de gênero de Khelif se espalharam rapidamente nas redes sociais. Nomes de grande notoriedade, como Elon Musk, JK Rowling e Donald Trump, se envolveram na discussão, e Khelif se manifestou contra os ataques direcionados a ela e sua família, chamando-os de “cruéis”. Isso a levou a processar a plataforma X, de Musk, por facilitar o assédio online.
Apesar dos desafios enfrentados, Khelif está determinada a seguir em frente e abraçar seu sucesso no boxe. Em uma coletiva de imprensa realizada no último domingo, ela compartilhou suas aspirações: “Gostaria de fazer uma coletiva hoje para contar minha história de sucesso à família da mídia e às jovens que me assistem. Um documentário sobre minha trajetória está sendo preparado e será exibido em plataformas internacionais.”
Khelif também mencionou que já recebeu várias propostas para ingressar no boxe profissional. “Ainda não decidi onde vou entrar no boxe profissional, mas em breve darei esse passo. Nós, argelinos, queremos ver nosso nível no campo da profissionalização”, afirmou.
Um recente vídeo compartilhado por Khelif em sua conta no Instagram a mostrou treinando com a legenda: “Antes dos holofotes, tudo se resume à mentalidade. Focada, concentrada e pronta para o ouro.”
No início deste mês, a Organização Mundial de Boxe (WBO) precisou desmentir relatórios “obviamente falsos” que afirmavam que Khelif havia sido banida e despojada de sua medalha em Paris por não ter passado em testes de elegibilidade de gênero. O advogado legal da WBO, Gustavo Olivieri, declarou que a entidade “não testou, nem baniu” Khelif e que não houve comunicação com ela. Como Khelif ainda é uma atleta amadora, a WBO não teria jurisdição ou poder para retirar sua medalha.
Vale lembrar que, um ano antes dos Jogos Olímpicos, Khelif foi desclassificada do Campeonato Mundial Feminino por não atender às regras de elegibilidade de gênero da Associação Internacional de Boxe (IBA). Entretanto, a IBA teve sua governança questionada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) devido a problemas de integridade e governança, o que também colocou em dúvida a credibilidade dos testes realizados pela entidade.