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O influenciador digital Felipe Neto se manifestou sobre a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ocorrida na segunda-feira (29). Em um tweet, Neto comentou que condena fortemente “a relação amistosa com ditadores cruéis”.
“Lula deu um tiro no pé da própria imagem, enchendo a extrema direita de munição para metralhar a percepção pública de seu governo durante bastante tempo”, disse Felipe Neto em um longo texto em rede social.
Eis a íntegra da declaração do influenciador em rede social:
Eu sei q parte da esquerda fica puta comigo qnd condeno abertamente o Maduro. Entendo contextos, principalmente históricos, do q representa a resistência à invasão dos EUA e da tentativa de golpe na Venezuela. Dito isso, discordo sobre a forma de condução dessa “democracia” na Venezuela, principalmente no âmbito do respeito aos Direitos Humanos. Concodo q os EUA são piores e q há uma hipocrisia imensa qnd se analisa relações internacionais entre chefes de estado, onde todo mundo aceita abraçar um presidente norte-americano q comanda assassinatos e guerras pelo mundo, mas condena abraçar o Maduro. Isso é sintoma de uma sociedade doente, muito doente. Contudo, nessa luta contra o imperialismo norte-americano, por soberania e por resistência, a democracia venezuelana foi destroçada, as liberdades diretamente atingidas, com direito a fechamento de emissora e golpe na Suprema Corte, qnd Chavez aumentou de 20 para 32 juízes com o objetivo claro de ter o controle das decisões. Eu, pessoalmente, particularmente, não posso concordar com esses métodos, não irei passar pano para os crimes contra a humanidade praticados no regime de Maduro, ainda que do outro lado esteja a demoníaca necessidade norte-americana de invasão e controle. Dito isso, o grande erro de Lula, ao meu ver, é da mensagem que ele quer transmitir ao mundo e ao povo brasileiro. Narrativas, por mais podres que possam ser, existem. E hoje, Lula deu um tiro no pé da própria imagem, enchendo a extrema direita de munição para metralhar a percepção pública de seu governo durante bastante tempo. Pelo conjunto da obra, sou a favor da diplomacia com países que compõe a estratégia de relações internacionais, mas sou veementemente contra que essa diplomacia seja feita com sorrisos, abraços e votos de confiança pública com ditadores e com quem ataca os Direitos Humanos. E lembre-se: bolsonarista não tem moral para condenar Lula, visto que o próprio Bolsonaro declarou que um de seus heróis pessoais é o falecido ditador, torturador e estuprador de crianças Alfredo Stroessner, além dos sanguinários Augusto Pinochet, Ustra, Alberto Fujimori e outros. Sem contar nas relações internacionais com encontros, sorrisos e votos de confiança com ditadores da Arábia Saudita, Hungria, Emirados Árabes e Bahrein. Quem sabe um dia eu mude de ideia, enxergue algum ponto que ainda não enxerguei. Continuarei lendo e estudando pra isso, como sempre faço. Mas hoje, essa é a minha posição.