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O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) apresentou um pedido de afastamento contra o ex-deputado estadual José Alves Cavalcante (PSD), popularmente conhecido como ‘Pastor Cavalcante’, juntamente com outras seis pessoas, sob a suspeita de irregularidades na gestão da Convenção dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus do Seta no Sul do Maranhão (Comadesma). Essa solicitação foi noticiada pela Rede Mirante nesta terça-feira (14).
Além do ex-deputado, o MP-MA solicitou o afastamento de Jefte Lima Cavalcante (filho do Pastor Cavalcante), José Felix Costa Junior, José Genário Pereira de Brito (pastor), Jerfson Lima Cavalcante, Idequel da Silva Sodré e José Vagnaldo Oliveira Carvalho de suas funções dentro da gerência da Comadesma.
O Pastor Cavalcante ocupa a presidência da Comadesma. Segundo o Ministério Público, foram identificadas movimentações financeiras atípicas nas contas dos investigados, levantando suspeitas de lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e apropriação indevida de recursos pertencentes às igrejas evangélicas.
As investigações revelam que, nos últimos três anos, aproximadamente R$ 27 milhões foram movimentados nas contas do ex-deputado, de seu filho e de outra pessoa ligada ao esquema. Esse montante contrasta com os R$ 2,85 milhões declarados pelo Pastor Cavalcante à Justiça Eleitoral, chamando a atenção das autoridades.
Adicionalmente, documentos demonstram que a família Cavalcante é proprietária de mais de 27 imóveis, incluindo terrenos em Açailândia e fazendas adquiridas em 2024, avaliadas em R$ 8 milhões.
O Ministério Público ressalta que os gastos efetuados pelo Pastor Cavalcante incluem transferências diretas para outros pastores, aquisição de imóveis, materiais de construção, vidro e combustível. No mês de novembro de 2022, após as eleições, foram registrados gastos superiores a R$ 328 mil.
De acordo com o promotor de Justiça Denys Lima Rêgo, esse pedido de afastamento é resultado de uma operação conduzida pelo Ministério Público do Maranhão, que investiga um possível esquema de ‘rachadinha’, onde parlamentares recebem parte dos salários de assessores ou servidores indicados por eles.
As ‘rachadinhas’ teriam ocorrido durante o mandato do ex-deputado estadual, entre 2019 e 2022, quando ele recebia uma parte dos salários dos assessores (membros de sua família e funcionários de confiança) lotados em seu gabinete na Assembleia Legislativa, conforme alegações do Ministério Público.
Segundo as investigações conduzidas pela Promotoria de Açailândia, essas pessoas recebiam grandes quantias em dinheiro em espécie para efetuar depósitos bancários, com ou sem identificação, totalizando uma movimentação de aproximadamente R$ 4 milhões em apenas dois anos.