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LONDRES (Reuters) – A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse nesta terça-feira que pedirá à União Europeia um novo adiamento da saída britânica do bloco, marcada para 12 de abril, para ter tempo de negociar com o opositor Partido Trabalhista e tentar acabar com o impasse sobre a desfiliação.
Quase três anos depois de o Reino Unido votar pela saída da UE, a política britânica está em crise e não está claro como, quando ou até se o país deixará o bloco europeu ao qual se uniu em 1973.
Em um comunicado elaborado às pressas por seu gabinete de Downing Street depois de ela passar mais de sete horas presidindo reuniões de crise de seu gabinete para conceber uma saída do labirinto do Brexit, May disse que pedirá outro adiamento curto do processo.
“Precisaremos de um novo adiamento do Artigo 50, um que seja o mais curto possível e que termine quando aprovarmos um acordo”, disse. “Precisamos deixar claro para que serve tal adiamento: para que saiamos de forma oportuna e ordeira”, afirmou.
“Estou propondo me reunir com o líder da oposição e tentar combinar um plano –ao qual ambos nos ateríamos– para que deixemos a União Europeia e que o façamos com um acordo”, disse a premiê.
A medida de May cria a perspectiva de manter o país unido muito mais estreitamente à UE depois do Brexit, e o Partido Trabalhista pediu a preservação de uma união alfandegária com o bloco e um relacionamento estreito com seu mercado comum.
Segundo May, qualquer plano teria que incluir o atual Acordo de Saída que ela acertou com a UE em novembro e que o bloco diz que não reabrirá, rejeitando as exigências de eurocéticos radicais de seu Partido Conservador que querem um rompimento total com o bloco.
Não ficou claro qual será o impacto da ação de May em seu partido, que vem sofrendo com um cisma interno em relação à Europa há 30 anos.
Na semana passada, mais da metade de seus parlamentares votou por um Brexit sem acordo, chocando o empresariado britânico.
May disse que quer que a Lei do Acordo de Saída seja aprovada antes de 22 de maio para que o Reino Unido não tenha que participar de eleições para o Parlamento Europeu no mesmo mês.
Seu acordo de separação foi rejeitado três vezes pela câmara baixa do Parlamento britânico, que na segunda-feira tampouco endossou qualquer alternativa.
(Reportagem adicional de Jan Strupczewski, em Bruxelas; Andreas Rinke e Michelle Martin, em Berlim; Kylie MacLellan e Ritvik Carvalho, em Londres; Tom Miles, em Genebra; Richard Lough, Michel Rose e John Irish, em Paris)