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A China acusou os Estados Unidos de praticar uma “lógica de gângster” depois que o presidente Donald Trump ordenou o fim do status especial de Hong Kong sob a lei norte-americana em reação à imposição por Pequim de uma nova legislação de segurança à ex-colônia britânica.
O Escritório de Ligação de Pequim no polo financeiro disse que a medida só prejudicará os interesses dos EUA, tendo pouco impacto em Hong Kong.
“A interferência insensata e as ameaças desavergonhadas dos Estados Unidos são uma lógica de gângster típica e um comportamento assediador”, disse o escritório em um comunicado emitido na noite de quarta-feira.
A lei pune o que Pequim define de maneira abrangente como atos de secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras até com prisão perpétua.
Críticos da lei temem que ela acabe com as liberdades amplas prometidas a Hong Kong depois que esta voltou ao controle chinês em 1997, e apoiadores dizem que ela trará estabilidade depois de um ano de protestos antigoverno e anti-China às vezes violentos.
Nesta semana, uma geração mais jovem e desafiadora de democratas de Hong Kong obteve a maioria dos votos nas eleições primárias extraoficiais da cidade, que muitos viram como um voto de protesto contra a lei de segurança.
A votação foi organizada pelo campo pró-democracia para escolher candidatos para a eleição do Conselho Legislativo, ou miniparlamento, de 70 cadeiras.
A China alertou que ela pode ter violado a nova lei. Na quarta-feira, o ex-parlamentar Au Nok-hin disse que não será mais um dos organizadores do pleito do final de semana em meio a acusações da China.
Já nesta quinta-feira, outro organizador, Andrew Chiu, do Partido Democrático, disse que seu trabalho está encerrado e que não coordenará mais a campanha eleitoral para o Conselho Legislativo.
“Depois de analisar opiniões diferentes cuidadosamente… gostaria de me afastar do trabalho de coordenação”, escreveu ele no Facebook.
Mais cedo nesta quinta-feira, a polícia prendeu um jovem de 17 anos por assembleia ilegal e um de 19 anos por obstruir o trabalho policial no dia 1º de julho, quando centenas de pessoas foram presas em protestos contra a nova lei de segurança.
Na terça-feira, Trump assinou um decreto presidencial para acabar com o tratamento econômico preferencial de Hong Kong, o que lhe permite impor sanções e restrições de vistos a autoridades e instituições financeiras chinesas envolvidas na imposição da lei.
A China ameaçou adotar sanções retaliatórias e convocou o embaixador dos EUA para protestar.
Por: Reuters