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Um relatório publicado pela ONG Open Doors no começo de 2020 revela que cerca de 260 milhões de cristãos foram “severamente perseguidos” em todo mundo em 2019, um número crescente, embora a quantidade de fiéis mortos por causa de sua fé tenha diminuído.
Nesta terça-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro fez um apelo à comunidade internacional para combater a “cristofobia” e pela defesa da “liberdade religiosa” durante seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU.
A ONG Open Doors é uma organização protestante que publica anualmente seu índice que usa dados de 50 países onde os cristãos são mais perseguidos. O período avaliado vai de novembro de 2018 a outubro de 2019.
No total, 260 milhões de cristãos – católicos, ortodoxos, protestantes, batistas, evangélicos, pentecostais – foram “severamente perseguidos”, contra 245 milhões em 2018, segundo a organização.
Por “perseguição”, a ONG entende toda e qualquer violência, que pode chegar ao assassinato, começando por uma opressão diária mais discreta.
“Este aumento pode ser explicado, em particular, pela deterioração da situação da liberdade religiosa na China em nível nacional, afetando cada vez mais regiões, e pela implantação do jihadismo na África”, escreve a ONG.
O número de cristãos mortos caiu de 4.305 para 2.983, uma diminuição de 31% em relação ao ano anterior.
“Por três anos esse número continuou aumentando”, de acordo com a Open Doors, que explica essa diminuição pela “queda do número (conhecido) de cristãos mortos na Nigéria”.
No entanto, a Nigéria permanece no topo dos países com o maior número de cristãos mortos por sua fé, com 1.350 mortos.
Além disso, em um ano, o número de igrejas atingidas (fechadas, atacadas, danificadas, ou queimadas) aumentou cinco vezes em todo mundo, de 1.847 para 9.488, enquanto o número de cristãos detidos subiu de 3.150 para 3.711.
Com todos os tipos de perseguições combinados, a Coreia do Norte está novamente no topo deste ranking anual.
“O controle totalitário do regime sobre cada indivíduo faz de sua fé em Deus um crime contra o regime, motivo suficiente para terminar sua vida em um campo de trabalhos forçados”, relata a ONG.
Na sequência, aparecem Afeganistão, Somália, Líbia, Paquistão, Eritreia, Sudão, Iêmen, Irã e Índia.
Parceira da Open Doors International (que opera em 60 países), a Open Doors diz que seus números, que incluem apenas os assassinatos “comprovados com certeza”, estão “abaixo da realidade”.
Essa associação, que “fornece apoio espiritual, moral e humanitário” aos cristãos perseguidos, existe na França desde 1976.