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O governo da Argentina decidiu na terça-feira (19), congelar os preços dos alimentos e outros produtos de consumo por três meses, no patamar de 1º de outubro, como medida para tentar conter a inflação, um dos principais problemas macroeconômicos do país.
A medida passará a valer nesta quarta-feira (20) e foi adotada após uma reunião com empresários dos ramos de alimentos e outros produtos de consumo em massa.
“A partir de agora está em vigor uma resolução, que será publicada quarta-feira no Diário Oficial, contendo quase 1.500 produtos em todo o país, com preços de 1º de outubro, o que é obrigatório para todas as cadeias de produção e comercialização”, disse o secretário de Comércio Interior da Argentina, Roberto Feletti.
Segundo ele, o governo observou “consenso suficiente” entre os empresários para avançar com o congelamento de preços, e apenas 139 produtos de uma lista de cerca de 1.500 ficaram de fora.
O secretário de Comércio Interior ressaltou ainda que a medida permite “assegurar pelo menos durante os próximos 90 dias uma certa estabilidade nesta cesta” de produtos.
De acordo com os últimos dados oficiais disponíveis, a inflação persistentemente alta da Argentina aumentou 52,5% em setembro em relação ao mesmo mês em 2020 e acumulou um aumento de 37% nos primeiros nove meses de 2021.
Para o conjunto de alimentos e bebidas, houve um aumento interanual de 53,4% em setembro e uma alta de 36,6% nos preços neste ano.
Segundo Feletti, na primeira quinzena de outubro houve uma “aceleração dos preços” de alimentos e produtos de limpeza e higiene pessoal que ficou na faixa de 10% a 25%.