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O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, no poder desde 2007, foi reeleito para seu 4º mandato consecutivo, em pleito realizado após a prisão de sete possíveis candidatos de oposição.
Segundo o Conselho Supremo Eleitoral (CSE), órgão controlado pelo regime, o ex-guerrilheiro sandinista tem 74,99% dos votos, com cerca de metade das urnas apuradas.
O postulante Walter Espinoza, do Partido Liberal Constitucionalista, aparece em 2º lugar, com 14,40%.
O CSE disse que 65,34% do eleitorado participou da votação, mas a organização independente Urnas Abiertas estima uma abstenção de 81,5%.
Nos meses anteriores às eleições, a Justiça da Nicarágua prendeu pelo menos 37 opositores políticos com base em uma controversa lei de “defesa da pátria”, incluindo sete possíveis candidatos a desafiar Ortega. Além disso, a magistratura tomou ações contra partidos de oposição e organizações da sociedade civil e censurou veículos de imprensa contrários ao regime.
Por meio de uma nota, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Ortega e sua esposa e vice, Rosario Murillo, organizaram uma “eleição de pantomima” que não foi “livre nem justa, e menos ainda democrática”.
“A prisão arbitrária de quase 40 figuras da oposição desde maio, incluindo sete potenciais candidatos, e o bloqueio de partidos manipularam o resultado muito antes do dia da votação”, disse o mandatário americano.
“Os Estados Unidos apoiam o direito inalienável do povo nicaraguense a uma autodeterminação democrática, bem como de todos aqueles em países no hemisfério onde a soberania popular foi comprometida pela erosão das normas democráticas”, acrescentou Biden.
Além disso, o presidente cobra que o regime Ortega-Murillo restabeleça “imediatamente” a democracia na Nicarágua e liberte “aqueles que foram presos injustamente”.
“Até lá, os Estados Unidos, em coordenação com outros membros da comunidade internacional, vão usar todas as ferramentas diplomáticas e econômicas à sua disposição para apoiar o povo da Nicarágua e responsabilizar o governo Ortega-Murillo”, concluiu Biden.