Depois de a OMS Europa prever que mais de metade da população da Europa esteja infetada com a variante Ómicron dentro de seis a oito semanas, é a vez do alerta nos Estados Unidos. O epidemiologista chefe da Casa Branca diz mesmo que poderá chegar a toda a gente, numa altura em que o número de infeções volta a disparar.
Em contraponto, aqueles que não foram vacinados “vão receber o peso do lado severo da doença”, acrescentou.
Nos Estados Unidos, um em cada cinco cidadãos que poderiam receber a vacina não está vacinado contra a covid-19. São 65 milhões de pessoas. O país tem 62% da vacinação completa e 23% já tomaram a dose de reforço, de acordo com os dados do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças.
Os Estados Unidos registraram uma média de mais de 754.200 novos casos de covid-19 diários na semana passada, segundo dados da Universidade John Hopkins. Ou seja, cerca de três vezes a média de pico do inverno passado (251.987 em 11 de janeiro de 2021) e 4,5 vezes o pico da onda impulsionada pelo Delta (166.347 em 1 de setembro), de acordo com a Universidade John Hopkins.
O país teve uma média de 1.646 mortes por Covid-19 por dia na semana passada – 33% a mais do que há uma semana. A média de pico foi de 3.402 diariamente em 13 de janeiro de 2021, mostram os dados da JHU, citados pela CNN.
A Ómicron já será responsável por 98, 3% dos casos de covid-19 na última semana nos EUA.
A análise do especialista norte-americano respondia à questão sobre se a pandemia estaria a entrar numa nova fase. Fauci considerou que isso acontecerá quando houver proteção suficiente na comunidade e medicamentos para tratar casos graves. “Podemos estar no limiar de isso acontecer”, admitiu.
Ontem, os especialistas da OMS vieram dizer que receiam o aumento dos internamentos em populações não-vacinadas e avisaram que o novo coronavírus está ainda longe de se tornar endémico.
“Acho difícil processar o que realmente está a acontecer agora, que é: a maioria das pessoas vai ter covid”, disse Woodcock numa audição no comité de Saúde do Senado. “O que precisamos fazer é garantir que os hospitais ainda funcionem, os transportes e que outros serviços essenciais não sejam interrompidos enquanto isto acontece”.
O número de hospitalizações de pessoas com covid-19 nos Estados Unidos registou na terça-feira um recorde, levando muitos estados a equacionar novas medidas para ultrapassar a situação. Eram 145,900 as pessoas internadas na terça-feira. O anterior máximo era de 142,246, de janeiro de 2021. Um número que duplica o número de internados em duas semanas.