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As forças da Rússia declararam que estavam deixando a usina nuclear de Chernobyl e a cidade vizinha de Slavutich, segundo um comunicado da empresa estatal de energia da Ucrânia divulgado nesta quinta-feira (31).
A empresa sugeriu que o motivo da partida seria o temor entre os soldados com a radiação do local. A Energoatom também disse que seus trabalhadores que ainda permanecem na usina haviam sinalizado mais cedo que as forças russas estavam planejando deixar o território.
“As informações confirmam que os ocupantes, que tomaram a usina nuclear de Chernobyl e outras instalações na zona de exclusão, partiram em direção à fronteira ucraniana com a República de Belarus”, afirmou em comunicado.
De acordo com a companhia, um pequeno número de soldados russos permaneceu em Chernobyl, mas não especificou quantos. As forças russas também se retiraram da cidade vizinha de Slavutich, onde vivem os trabalhadores da usina.
Em um post, a Energoatom disse que o lado russo concordou formalmente em devolver à Ucrânia a responsabilidade de proteger Chernobyl. A empresa compartilhou um documento digitalizado que estabelece tal acordo e assinado por indivíduos identificados como um membro sênior da equipe de Chernobyl, o oficial militar russo encarregado de guardar a usina e outros.
A imprensa não pôde verificar imediatamente a autenticidade do documento. Não houve comentários imediatos das autoridades russas, que negaram que suas forças tenham colocado em risco instalações nucleares na Ucrânia.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) também disse que não pôde confirmar a informação da retirada, mas afirmou, em nota, que “está em estreita consulta com as autoridades ucranianas sobre o envio da primeira missão de assistência e apoio da Agência à central nuclear de Chernobyl nos próximos dias”.
A Energoatom disse que também confirmou informações de que tropas russas construíram fortificações, incluindo trincheiras na chamada Floresta Vermelha – a parte mais contaminada radioativamente da zona ao redor de Chernobyl.
Como resultado das preocupações com a radiação, “quase um tumulto começou a se formar entre os soldados”, disse o comunicado, sugerindo que esse foi o motivo de sua partida inesperada.
Na mesma nota desta quarta, a AIEA disse que “não conseguiu confirmar relatos de forças russas recebendo altas doses de radiação enquanto estavam na Zona de Exclusão de Chernobyl. A AIEA está buscando mais informações para fornecer uma avaliação independente da situação.”