Os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália anunciaram na terça-feira (6) que trabalharão juntos por meio da recém-criada aliança de segurança conhecida como AUKUS para desenvolver mísseis hipersônicos.
A medida ocorre em meio à crescente preocupação dos EUA e aliados sobre a crescente assertividade militar da China no Pacífico. O presidente dos EUA, Joe Biden, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson e o primeiro-ministro australiano Scott Morrison anunciaram o plano depois de realizar um check-in sobre o progresso da AUKUS, a aliança Indo-Pacífico que foi lançada pelos três países em setembro.
Os líderes disseram em um comunicado conjunto que estão “comprometidos hoje a iniciar uma nova cooperação trilateral em capacidades hipersônicas e contra-hipersônicas e de guerra eletrônica, bem como expandir o compartilhamento de informações e aprofundar a cooperação em inovação de defesa”.
Os EUA, a Rússia e a China procuraram desenvolver mísseis hipersônicos – um sistema tão rápido que não pode ser interceptado por nenhum sistema de defesa antimísseis atual.
Em outubro, o general Mark Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto, confirmou que a China havia realizado um teste de um sistema de armas hipersônicas como parte de seu esforço agressivo para avançar nas tecnologias espaciais e militares.
Milley descreveu o teste chinês como um “evento muito significativo de um teste de um sistema de armas hipersônico, e é muito preocupante”, em uma entrevista à Bloomberg Television.
A Rússia usou mísseis hipersônicos “várias” vezes na Ucrânia, de acordo com o principal comandante dos EUA na Europa.
No outono passado, quando as autoridades de inteligência dos EUA ficaram cada vez mais preocupadas com a concentração de forças russas na fronteira com a Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, exortou os fabricantes de armas do país a desenvolver mísseis hipersônicos ainda mais avançados para manter a vantagem do país em tecnologias militares.
Os militares russos disseram que seu sistema Avangard é capaz de voar 27 vezes mais rápido que a velocidade do som e fazer manobras afiadas a caminho de um alvo para evitar o escudo de mísseis do inimigo. Ele foi instalado nos mísseis balísticos intercontinentais construídos pelos soviéticos em vez de ogivas do tipo mais antigo, e a primeira unidade armada com o Avangard entrou em serviço em dezembro de 2019.
O Kinzhal, transportado por caças MiG-31, tem um alcance de até 2.000 quilômetros (cerca de 1.250 milhas) e voa a 10 vezes a velocidade do som, segundo autoridades russas.
O pedido de orçamento do Pentágono para 2023 já inclui US$ 4,7 bilhões para pesquisa e desenvolvimento de armas hipersônicas. Inclui o planejamento que teria uma bateria de mísseis hipersônicos em campo até o próximo ano, um míssil marítimo até 2025 e um míssil de cruzeiro aéreo até 2027.
Biden, Johnson e Morrison anunciaram a criação do AUKUS como uma chance de construir um maior compartilhamento de capacidades de defesa. Como sua primeira grande ação, a aliança disse que ajudaria a equipar a Austrália com submarinos movidos a energia nuclear.