Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O comitê que investigou a invasão ao Capitólio dos EUA em 2021 afirmou nesta quinta-feira (09) que o ex-presidente Donald Trump estava por trás de uma “tentativa de golpe” para se manter no poder.
“O presidente Trump convocou a multidão, reuniu a multidão e acendeu a chama deste ataque”, declarou a vice-presidente republicana do painel, Liz Cheney, em seu discurso de abertura em uma audiência televisionada sobre as descobertas da investigação.
Minutos antes, abrindo a 1ª audiência pública, o presidente democrata do comitê, Bennie Thompson, acusou Trump de estar “no centro dessa conspiração”. “O dia 6 de janeiro (2021) foi o culminar de uma tentativa de golpe, uma tentativa descarada, como disse um manifestante pouco depois de 6 de janeiro, de derrubar o governo. A violência não foi um acidente”, afirmou.
Os manifestantes invadiram o Capitólio por “incentivo do presidente dos Estados Unidos”, acusou.
Em sua apresentação, o painel usou depoimentos prestados a portas fechadas por alguns dos conselheiros próximos de Trump, incluindo o ex-procurador-geral Bill Bar e seu genro e principal conselheiro, Jared Kushner.
Além disso, foram divulgadas imagens, algumas inéditas, da violência que tomou conta da sede do governo.
“A democracia continua em perigo”, advertiu Thompson, em comentários preparados e divulgados pouco antes da audiência. “A conspiração para frustrar a vontade do povo não acabou. Há aqueles que têm sede de poder neste país, mas não têm amor ou respeito pelo que tornam os Estados Unidos grandes”, disse ele.
Durante a sessão desta quinta-feira e nas cinco audiências seguintes, serão ouvidos pela primeira vez depoimentos-chave, enquanto os advogados mostrarão textos, fotografias e vídeos para trazer à luz supostos planos que o governo Trump começou a desenvolver antes das eleições.
Trump chamou a investigação de uma “caça às bruxas” sem fundamento e, através de sua rede social, a Truth Social, defendeu a invasão, que classificou como “o maior movimento na história do país” para fazer com que os EUA “voltem a ser grande”.
“Tratava-se de uma eleição fraudada e roubada, e um país que estava prestes a ir para o INFERNO”, acrescentou.
O líder republicano na Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, afirmou nesta quinta-feira que esta comissão é “a mais política e a menos legítima da história dos Estados Unidos”.
“Não vejo uma sessão no horário nobre sobre o preço da gasolina, sobre como combater a inflação, alimentar nossas crianças e tornar nossas ruas mais seguras”, disse ele em entrevista coletiva.
Seu partido já prometeu enterrar o trabalho da comissão se ela assumir controle do Congresso nas eleições de meio de mandato em novembro.
Posteriormente, o comitê, que entrevistou mais de 1.000 testemunhas, deverá agendar audiências a partir das 10H00 locais nos dias 13, 15, 16 e 21 de junho. O grupo analisará diferentes esquemas ilegais que, segundo assegura, foram orquestrados pelo governo Trump para mantê-lo no poder.
Os investigadores querem examinar com detalhe o atraso de 187 minutos que levou para que mais policiais entrassem para reforçar o Capitólio e determinar por que há uma lacuna de quase oito horas nos registros telefônicos das ligações feitas da Casa Branca enquanto a invasão se espalhava.
Um dos principais desafios do comitê é demonstrar a existência de uma relação direta entre a suposta conspiração para reverter a eleição, o discurso de Trump que incentivou a turba a marchar até a sede do Congresso e a posterior captura do Capitólio.