Pelo menos 11 pessoas morreram e outras 15 ficaram feridas em um campo de treinamento militar na região de Belgorod, no sudoeste da Rússia , neste sábado (15), quando dois voluntários abriram fogo contra outras tropas, informou o Ministério da Defesa russo.
O ministério disse em comunicado que os dois atiradores eram cidadãos de uma ex-república soviética e foram mortos a tiros após o ataque.
O ministério chamou o incidente de ataque terrorista.
“Os dois terroristas foram eliminados em troca de tiros”, disse o comunicado, citado pela agência de notícias russa Tass.
De acordo com o Baza, um site de notícias russo com laços estreitos com a polícia, o tiroteio ocorreu às 10h, horário local, durante o treino de tiro.
O tiroteio em massa de sábado aponta para tensões crescentes entre as tropas russas, questões que atormentam seu exército desde o início da guerra.
O incidente também ocorre quando dezenas de milhares de homens russos recém-convocados são enviados para a Ucrânia, no que se tornou uma medida altamente impopular ordenada pelo presidente russo, Vladimir Putin, na tentativa de impedir os avanços ucranianos.
A mobilização apressada causou revolta em todo o país e desencadeou um êxodo de centenas de milhares de russos que não querem participar da guerra.
Em uma entrevista coletiva na capital do Cazaquistão, Astana, na sexta-feira, Putin disse que 16.000 soldados mobilizados já estavam lutando na Ucrânia e que 222.000 russos já haviam sido convocados.
De acordo com relatos locais, mais de 20 soldados recém-mobilizados já foram mortos lutando na Ucrânia.
Vários vídeos também surgiram mostrando dezenas de homens sendo submetidos a condições precárias em centros de treinamento enquanto esperavam para serem enviados para a Ucrânia, enquanto algumas das mortes nos centros de mobilização da Rússia também indicaram graves problemas de moral.
Durante o treinamento, um homem em uma base militar perto de São Petersburgo se matou com um tiro. Outro na Sibéria teria cortado a própria garganta em um refeitório.
Em um discurso em vídeo para Putin publicado no sábado, um grupo de mães de homens mobilizados de Bryansk, cidade a menos de 160 quilômetros da fronteira com a Ucrânia, exigiu o retorno de seu filho, chamando o processo de mobilização de “farsa”.