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Nesta quarta-feira (07), policiais da Alemanha realizaram uma série de operações para prender extremistas que planejavam um golpe de Estado armado no país. 3.000 agentes efetuaram buscas em 11 Estados.
Os promotores federais disseram que as operações foram feitas contra apoiadores do movimento Reichsbürger (“Cidadãos do Império Alemão”, em tradução literal).
Os membros do grupo rejeitam a Constituição alemã do pós-guerra mundial e pedem a queda do governo.
O ministro da Justiça alemão, Marco Buschmann, disse que as buscas são como uma “operação antiterrorista”.
Buschmann acrescentou que os suspeitos podem ter planejado um ataque armado contra instituições do Estado.
Os promotores da Alemanha disseram que 22 cidadãos alemães foram detidos sob suspeita de “filiação a uma organização terrorista”.
Três outras pessoas, incluindo um russo, são suspeitas de apoiar a organização, afirmaram as autoridades.
Os locais que foram alvos da operação de busca incluem o quartel do Comando de Forças Especiais (KSK), a tropa de elite das Forças Armadas alemãs, na cidade de Calw, no sudoeste do país, de acordo com a revista Der Spiegel.
No passado, a unidade já fora investigada sobre o suposto envolvimento de alguns soldados com a extrema direita.
Com as detenções na Alemanha, os promotores federais disseram que uma pessoa foi detida na cidade austríaca de Kitzbuehel e outra na cidade italiana de Perugia.
Eles identificaram os líderes do grupo como Heinrich 13º P. R. e Ruediger v. P., segundo as regras alemãs sobre privacidade.
A Der Spiegel relatou que o 1º era um conhecido membro de 71 anos de uma pequena família nobre alemã que exibe o título de “príncipe”, enquanto o último era um ex-comandante de paraquedistas de 69 anos.
Promotores federais afirmam que Heinrich 13º P. R. – que seria um novo líder da Alemanha, de acordo com o grupo – havia contatado autoridades russas com o objetivo de negociar uma nova ordem no país assim que o governo alemão fosse derrubado.
Ele teria sido supostamente auxiliado por uma mulher russa, Vitalia B, segundo os promotores.
“De acordo com as investigações, no entanto, não há indicação de que as pessoas contatadas tenham respondido positivamente ao seu pedido”, afirmaram.
Outra pessoa detida pela polícia foi identificada pelos promotores como Birgit M.-W.
A revista Der Spiegel afirmou que a mulher é juíza em Berlim e ex-parlamentar do partido Alternativa para a Alemanha (AfD).
Os promotores federais contaram ainda que os presos formaram no ano passado uma “organização terrorista com o objetivo de derrubar a ordem estatal existente na Alemanha e substituí-la por sua própria forma de Estado, que já estava em vias de ser fundada”.
Os acusados estavam cientes de que o objetivo só poderia ser alcançado por meios militares e pela força, disseram os promotores.
Por isso, o grupo procurava recrutar membros das Forças Armadas alemãs, a Bundeswehr, e da polícia para atingir seus objetivos.
De acordo com as autoridades, os membros do grupo acreditavam em um “conglomerado de teorias da conspiração que consistem em narrativas dos chamados Reichsbürger, bem como da ideologia QAnon”.
Os promotores federais acrescentaram que os suspeitos também são convencidos de que a Alemanha é atualmente governada por membros de um chamado “Deep State” (Estado profundo).
De acordo com os membros do grupo, a “libertação” é prometida pela iminente intervenção da “Aliança”.