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As autoridades iranianas prenderam uma das atrizes mais famosas do país sob a acusação de espalhar falsidades sobre os protestos em todo o país que atingem o país, informou a mídia estatal neste sábado (17).
A reportagem da IRNA disse que Taraneh Alidoosti, estrela do filme vencedor do Oscar “O Vendedor”, foi detida uma semana depois de fazer uma postagem no Instagram expressando solidariedade ao primeiro homem recentemente executado por crimes supostamente cometidos durante os protestos em todo o país.
A agência também disse que várias outras celebridades iranianas foram ″convocadas pelo corpo judiciário por publicar conteúdo provocativo″. Não disse quantas ou forneceu mais detalhes.
De acordo com a reportagem publicada no canal oficial Telegram da mídia estatal, Alidoosti foi presa porque não apresentou “nenhum documento de acordo com suas denúncias”.
Em seu post, a atriz de 38 anos disse: “O nome dele era Mohsen Shekari. Cada organização internacional que assiste a este derramamento de sangue e não age, é uma vergonha para a humanidade.”
Em junho de 2020, ela já havia sido condenada a cinco meses de prisão por criticar a polícia no Twitter.
Shekari foi executado em 9 de dezembro após ser acusado por um tribunal iraniano de bloquear uma rua em Teerã e atacar um membro das forças de segurança do país com um facão.
Na semana passada, o Irã executou um segundo prisioneiro, Majidreza Rahnavard, em conexão com os protestos. O corpo de Rahnavard foi deixado pendurado em um guindaste de construção como um aviso terrível para os outros. As autoridades iranianas alegaram que Rahnavard esfaqueou dois membros de sua força paramilitar.
Ambos os homens foram executados menos de um mês depois de terem sido acusados, ressaltando a velocidade com que o Irã agora executa sentenças de morte impostas por supostos crimes relacionados às manifestações. Ativistas dizem que pelo menos uma dúzia de pessoas foram condenadas à morte em audiências a portas fechadas.
Alidoosti fez pelo menos três postagens em sua conta do Instagram expressando solidariedade aos manifestantes desde que as manifestações começaram em setembro. Sua conta, que tinha cerca de 8 milhões de seguidores, foi suspensa.
O Irã tem sido abalado por protestos desde a morte em 16 de setembro de Mahsa Amini, de 22 anos, que morreu após ser detido pela polícia moral. Desde então, os protestos se transformaram em um dos mais sérios desafios à teocracia iraniana instalada pela Revolução Islâmica de 1979.