A União Europeia (UE) vai impor novas sanções a 37 autoridades e organizações iranianas pela repressão aos manifestantes, mas ainda está debatendo a designação da Guarda Revolucionária Iraniana como um “grupo terrorista” , disseram diplomatas nesta sexta-feira (20)
Os chanceleres do bloco se reunirão em Bruxelas na segunda-feira e pretendem adotar o quarto pacote de sanções contra o Irã pela repressão aos protestos.
Desde setembro de 2022, o Irã é palco de uma onda de protestos após a morte de uma mulher de 22 anos sob custódia policial por violar as regras de vestimenta da República Islâmica que exigem o uso do lenço na cabeça.
O Irã prendeu pelo menos 14.000 pessoas após os protestos, segundo a ONU. Além disso, quatro pessoas foram executadas por participar de motins e outras 18 foram condenadas à morte.
A UE já ordenou o congelamento de ativos e a proibição de vistos para mais de 60 autoridades e entidades iranianas devido à repressão, incluindo a polícia moral, comandantes da Guarda Revolucionária e mídia estatal.
No entanto, os países da UE não classificaram a Guarda Revolucionária como um grupo “terrorista”, apesar dos apelos da Alemanha e de outros países da UE para tomar tal medida.
O Irã já alertou a UE sobre as consequências que tal classificação teria, e algumas autoridades europeias temem que tal decisão possa acabar com as tentativas de reviver o acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano, uma iniciativa mediada por Bruxelas.
“Acho que não é uma boa ideia, porque impede o progresso em outras questões”, disse um alto funcionário da UE.