A Rússia não se opõe a uma extensão do “acordo de grãos” do Mar Negro originalmente negociado em agosto passado, disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergey Vershinin, nesta segunda-feira (13). O diplomata fez as declarações após negociações em Genebra com representantes da ONU.
“O lado russo, reconhecendo a natureza do pacote dos acordos de Istambul apresentados pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, não se opõe a outra extensão da iniciativa do Mar Negro após o término de seu segundo mandato em 18 de março, mas apenas por 60 dias.” Vershinin disse a repórteres.
O “acordo de grãos” foi inicialmente alcançado em agosto passado e visa facilitar as exportações de alimentos dos portos ucranianos do Mar Negro, bem como reativar a exportação de grãos e fertilizantes da Rússia. O esquema foi originalmente definido para funcionar por um período de 180 dias e posteriormente foi estendido pelo mesmo período de tempo.
No entanto, Moscou criticou repetidamente o acordo, insistindo que não estava funcionando como planejado. De acordo com a Rússia, o acordo efetivamente permitiu apenas as exportações comerciais de grãos da Ucrânia, com alimentos fluindo para a Europa e não para os países carentes da África e da Ásia, enquanto as exportações russas de fertilizantes e grãos permaneceram bloqueadas pelo Ocidente.
“As exportações agrícolas russas estão sendo flagrantemente prejudicadas, não importa o quanto os europeus e americanos, que estão acostumados a contar mentiras, tentem convencer a todos do contrário”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia no início deste mês. Moscou instou o Ocidente a “parar de jogar a carta da comida” e identificou o principal problema do acordo como “sabotagem por parte dos países ocidentais” do memorando Rússia-ONU.