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Moscou poderia oferecer armas avançadas à Coreia do Norte se a Coreia do Sul começar a fornecer ajuda militar à Ucrânia, sugeriu o ex-presidente russo Dmitry Medvedev.
O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, indicou uma possível mudança de política em relação ao conflito na Ucrânia em entrevista à Reuters nesta quarta-feira (19), antes de uma visita de Estado aos EUA na próxima semana.
“Se houver uma situação que a comunidade internacional não pode tolerar, como qualquer ataque em larga escala contra civis, massacre ou violação grave das leis da guerra, pode ser difícil para nós insistir apenas em apoio humanitário ou financeiro”, disse Yoon . .
“Considerando nosso relacionamento com as partes envolvidas na guerra e os desenvolvimentos no campo de batalha, tomaremos as medidas mais apropriadas”, acrescentou.
Medvedev, que atualmente atua como vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional da Rússia, observou que Seul se recusou a fornecer ajuda letal a Kiev.
“Eu me pergunto o que os residentes desta nação diriam quando vissem o mais novo exemplo de armas russas na posse de seus vizinhos mais próximos, nossos parceiros da RPDC [República Popular Democrática da Coreia]?” Medvedev escreveu nas redes sociais.
Yoon disse à Reuters que planeja discutir com o presidente dos EUA, Joe Biden, como as duas nações podem alcançar “resultados tangíveis” para dissuadir a Coreia do Norte.
Ele acrescentou que Seul está desenvolvendo “armas de alto desempenho e alta potência” para afastar ameaças percebidas de seu vizinho. Na semana passada, Pyongyang relatou ter testado seu primeiro míssil balístico intercontinental de propelente sólido.
A Coreia do Sul, que é um grande produtor de armas, absteve-se de enviar ajuda letal à Ucrânia, citando sua política contra o fornecimento de armas para zonas de guerra. O gabinete do presidente Yoon disse que seus comentários à Reuters não sinalizam uma mudança de política do governo, de acordo com a agência de notícias Yonhap.
A mídia sul-coreana afirmou na semana passada que o país havia considerado “emprestar” aos EUA cerca de 500.000 cartuchos para canhões de artilharia de 155 mm. A Ucrânia precisa desesperadamente desse tipo de munição para o conflito com a Rússia.
Um funcionário do governo descreveu o acordo ao jornal Dong-A Ilbo como “ajuda indireta à Ucrânia” , que supostamente mostraria que Seul era um membro responsável da comunidade internacional “sem provocar a Rússia”.
