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Líderes do Talibã se reuniram com autoridades dos EUA no Catar nesta segunda-feira (31) pela primeira vez desde o retorno ao poder no Afeganistão há dois anos.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Afeganistão disse que as duas partes discutiram medidas de confiança durante as conversas de dois dias, incluindo a suspensão de sanções e restrições de viagem, bem como o retorno dos ativos do banco central afegão mantidos no exterior.
As delegações também discutiram o combate ao narcotráfico e questões de direitos humanos, disse Abdul Qahar Balkhi.
Nenhum país reconheceu formalmente o Talibã desde seu retorno ao poder.
O grupo assumiu o controle em agosto de 2021, quando o governo afegão apoiado pelo Ocidente entrou em colapso na sequência da retirada caótica dos EUA do país após 20 anos de conflito.
Desde sua tomada de poder, o Talibã tem sido condenado internacionalmente, inclusive por vários países de maioria muçulmana, por restrições que o grupo impôs à educação das mulheres. O Afeganistão também está enfrentando uma crise humanitária, com quase metade de sua população – 23 milhões de pessoas – recebendo assistência do Programa Mundial de Alimentos (PMA) no ano passado.
O Departamento de Estado dos EUA disse em um comunicado que seus funcionários informaram ao Talibã que Washington está aberto a conversas técnicas sobre estabilidade econômica e repetiu as preocupações sobre os “deteriorantes” direitos humanos no país.
Os participantes – incluindo o Enviado Especial dos EUA Thomas West e a Envoy para Mulheres, Meninas e Direitos Humanos do Afeganistão Rina Amiri – expressaram “profunda preocupação com as detenções, a repressão à mídia e as restrições à prática religiosa”, segundo o comunicado.
Os oficiais também pediram novamente ao Talibã que reverta as proibições à educação secundária para meninas e ao emprego de mulheres, bem como a libertação de americanos detidos.
Eles também “manifestaram abertura para continuar o diálogo sobre o combate ao narcotráfico”, reconhecendo uma “redução significativa no cultivo” de papoulas nesta temporada de cultivo.
Os combatentes do Talibã usaram a planta, da qual se extrai o ópio, para ajudar a financiar sua luta armada por anos. Em 2020, 85% do ópio do mundo fluía do Afeganistão, segundo a ONU. Mas desde sua tomada de poder, as autoridades proibiram a cultura.
A delegação dos EUA também se reuniu com representantes do banco central afegão e do Ministério das Finanças, com o Departamento de Estado dizendo que “tomou nota” da queda da inflação, bem como do aumento das exportações e importações em 2023.
Disse que estaria aberto a “um diálogo técnico sobre questões de estabilização econômica em breve”, disse o comunicado.
Os EUA congelaram cerca de US$ 7 bilhões em fundos do banco central afegão mantidos no Federal Reserve Bank de Nova York depois que o Talibã assumiu o poder. Metade dos fundos agora está em um fundo afegão baseado na Suíça.
Uma auditoria do banco central afegão financiada pelos EUA não conseguiu obter o apoio de Washington para o retorno de ativos do fundo fiduciário.