Em coletiva de imprensa realizada neste sábado (2), Macron afirmou que o acordo é “completamente contraditório” com as políticas ambientais e climáticas dos dois blocos. Ele também criticou o acordo por ser “antiquado” e “desmantelar tarifas”.
Macron destacou que o acordo, negociado há duas décadas, carece de considerações sobre a biodiversidade e o clima. Em suas palavras, trata-se de um acordo comercial antiquado, que elimina tarifas de maneira desestruturada, enquanto acordos recentes foram significativamente aprimorados ao longo dos anos.
O presidente francês argumentou que o acordo não beneficia nenhuma das partes envolvidas e defendeu a necessidade de buscar uma abordagem mais geoestratégica e alinhada com as estratégias em vigor, em vez de tentar ajustar um acordo desatualizado.
Em resposta à declaração de Macron, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera natural que a França adote essa posição, considerando seu histórico protecionista. No entanto, Lula destacou que a União Europeia não partilha da mesma perspectiva.
Vale ressaltar que a entrada em vigor do acordo de livre comércio depende da aprovação dos parlamentos de todos os países envolvidos, tanto da União Europeia quanto do Mercosul. O Brasil ocupa a presidência rotativa do Mercosul até o final de dezembro, com cada país membro, excluindo a Venezuela, assumindo a liderança do bloco por seis meses.
