Na terça-feira à noite (5), o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, divulgou um novo mapa do país, incorporando a região de Essequibo, na Guiana, que o governo venezuelano alega ser sua. Maduro ordenou a publicação e reprodução do mapa em escolas e universidades, buscando validar o referendo sobre a anexação da área realizado no domingo na Venezuela.
No mesmo dia, Maduro anunciou pelas redes sociais um decreto criando a “zona de defesa integral Guayana Essequiba” (como a região é chamada na Venezuela) e apresentou à assembleia de deputados do país um projeto de lei para a criação da província, indicando sua intenção de anexá-la.
Na legenda do post, Maduro escreveu: “Imediatamente ordenei publicar e levar a todas as escolas, colégios, Conselhos Comunitários, estabelecimentos públicos, universidades e em todos os lares do país o novo mapa da Venezuela com a nossa Guiana Essequiba. Este é o nosso querido mapa!”
Além disso, o ditador venezuelano instruiu a estatal petroleira PDVSA a conceder licenças para a exploração de petróleo e gás na região e iniciou a emissão de cidadania do país aos habitantes do território disputado.
Maduro também solicitou a criação de uma divisão da CVG, um conglomerado de empresas estatais de mineração, silvicultura e energia elétrica, para desenvolver projetos na área. Propôs estabelecer uma regra que proíba a contratação de empresas que operem ou colaborem nas concessões dadas pela Guiana no mar que a Venezuela considera “pendente de ser delimitado”.
Diante desse pronunciamento, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, anunciou nesta quarta-feira (6) que o país acionará o Conselho de Segurança da ONU para frear as ações da ditadura no país vizinho.
Ali considerou o anúncio de Maduro um “desrespeito flagrante” à decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que barrou qualquer iniciativa da Venezuela que seja uma ameaça à zona disputada. “A Força de Defesa da Guiana está em alerta máximo. A Venezuela se mostrou claramente uma nação fora da lei”, afirmou o presidente guianense.
Após a declaração, o líder da Guiana disse que já conversou com o secretário-geral da ONU, António Guterres, sobre a situação, tornando a discussão no Conselho de Segurança uma possibilidade.