A Guarda Revolucionária Iraniana apreendeu um cargueiro ligado a Israel que navegava pelo golfo de Omã, conforme relatado pela agência semioficial de notícias iraniana Tasnim.
Essa informação surge após a agência de operações de comércio marítimo do Reino Unido (UKMTO) confirmar que “autoridades regionais” haviam confiscado um cargueiro que navegava entre as costas do Irã e dos Emirados Árabes Unidos.
O anúncio da UKMTO veio após a rede pan-árabe Al Arabiya, citando fontes próprias, informar que a Guarda Revolucionária do Irã havia confiscado o cargueiro de bandeira portuguesa ‘Aries’, vinculado à empresa Zodiac Maritime, de propriedade do bilionário israelense Eyal Ofer.
Segundo as mesmas fontes, o navio tinha uma tripulação de pelo menos 20 marinheiros filipinos e transportava contêineres com destino final à Índia.
De acordo com as autoridades britânicas, o incidente ocorreu aproximadamente a apenas 70 milhas náuticas (130 quilômetros) do estreito de Ormuz, que separa o Irã dos Emirados. A empresa ainda não se pronunciou sobre esse incidente.
Essa situação ocorre no contexto do aumento das tensões entre Irã e Israel. Nesta sexta-feira, a Casa Branca insistiu que um ataque direto do Irã contra Israel continua sendo um cenário “muito crível, viável e iminente” após uma semana de ameaças iranianas após o ataque ao consulado em Damasco (Síria) e prometeu garantir a segurança do Estado judeu.
“Estamos acompanhando muito de perto. Ainda consideramos a ameaça potencial do Irã como real, sem dúvida é crível”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, em uma coletiva de imprensa por telefone.
Na verdade, dois funcionários do governo dos EUA afirmaram nas últimas horas, sob anonimato à rede CBS, que o Irã poderia lançar “antes do final de semana” um ataque com mais de uma centena de drones e dezenas de mísseis contra bases militares dentro do território israelense.
Kirby, que preferiu não fornecer mais detalhes sobre as informações que os EUA têm a esse respeito, confirmou recentes conversas entre o chefe do Comando Central do Exército dos EUA, general Michael Kurilla, e seus homólogos israelenses.
O presidente dos EUA, Joe Biden, também recebeu informações atualizadas sobre a situação “e deixou claro para sua equipe de segurança nacional que leva muito a sério seus compromissos com a defesa de Israel”.
As tensões entre Israel e o Irã aumentaram após um ataque atribuído ao Exército de Israel contra o consulado iraniano em Damasco, que matou sete membros da Guarda Revolucionária Iraniana na semana passada, além de destruir o prédio adjacente à embaixada de Teerã, que era a residência do embaixador iraniano.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, realizou nas últimas horas uma rodada de ligações com seus homólogos da Turquia, China e Arábia Saudita para tentar dissuadir o Irã de empreender um ataque contra Israel.
O Pentágono disse na quinta-feira que está monitorando de perto a ameaça do Irã e enfatizou que tomará as medidas necessárias para proteger suas próprias forças.
No mesmo dia, o chefe do Comando Central dos EUA, general Michael Kurilla, chegou a Israel para se encontrar com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e outros funcionários, para discutir os possíveis cenários decorrentes da ameaça iraniana.
Gallant afirmou que seu país está “ombro a ombro” com os Estados Unidos após se reunir na sexta-feira com Kurilla na base militar de Hatzor, no centro de Israel. “Nossos inimigos acreditam que podem separar Israel e os Estados Unidos, mas é exatamente o oposto: eles estão nos unindo e fortalecendo nossos laços”, disse.
(Com informações de agências)
