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As autoridades ucranianas anunciaram nesta sexta-feira a repatriação dos restos mortais de 140 soldados ucranianos caídos em áreas de combate, numa operação que contou com a participação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Mais de uma centena desses soldados caíram lutando na região de Donetsk, enquanto o restante perdeu a vida nos oblasts de Lugansk, Sumi, Zaporizhzhia e K.
“As Forças Armadas da Ucrânia transportarão os corpos repatriados e seus restos para as instituições estatais correspondentes”, explicou o órgão oficial ucraniano responsável pelos prisioneiros de guerra e pelos mortos que permanecem nas mãos do inimigo.
Os restos mortais desses militares serão identificados por especialistas forenses para depois serem entregues às suas famílias.
Troca de crianças
A funcionária russa Lvova-Belova está sob mandado de prisão desde 2023 pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) devido à deportação de milhares de crianças ucranianas para a Rússia, conforme relatado pela Agence France-Presse (AFP). Essa situação tem causado um impacto profundo tanto na Ucrânia quanto na Rússia.
No entanto, de Doha, o comissário de direitos humanos do Parlamento ucraniano, Dmitro Lubinets, declarou à AFP que não podia confirmar essa informação, acrescentando um elemento de incerteza a esse delicado assunto.
Em uma coletiva de imprensa em Doha, a delegada russa anunciou que um total de 29 crianças retornarão à Ucrânia e 19 à Rússia, sem oferecer mais detalhes sobre os menores envolvidos. O governo ucraniano estima que pelo menos 20.000 menores foram deportados para a Rússia das áreas ocupadas em dois anos, mas esse número pode ser muito maior, já que inclui apenas crianças oficialmente identificadas.
Os responsáveis russos e ucranianos não tiveram nenhum contato direto sobre esse assunto, segundo declarações recentes. O Catar desempenhou um papel crucial na repatriação de dezenas de crianças ucranianas desde julho de 2023, que haviam sido transferidas para a Rússia e os territórios ocupados desde o início da invasão em fevereiro de 2022.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, anunciou que 16 crianças ucranianas foram libertadas e devolvidas às suas famílias no Catar. Em março, outras quatro crianças ucranianas foram repatriadas da Rússia, com mediação de Doha, após uma operação semelhante em fevereiro que envolveu 11 menores.
Denúncia do Tribunal Penal Internacional
O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu em março de 2023 um mandado de prisão contra Putin e Lvova-Belova por sua suposta implicação direta na “deportação” de crianças ucranianas para a Rússia desde fevereiro de 2022, um fato que gerou grande controvérsia internacional.
A Rússia negou categoricamente essas acusações, argumentando que seu objetivo é proteger as crianças dos combates na Ucrânia e que está disposta a devolvê-las às suas famílias na Ucrânia, se assim desejarem. Além disso, as autoridades russas afirmaram ter implementado um programa especial para receber essas crianças, algumas das quais são enviadas para acampamentos onde é enfatizada a educação patriótica.
Apesar de a Rússia não ser membro do TPI, o presidente Putin tem suas viagens internacionais limitadas devido a essa ameaça de prisão no exterior, o que gerou tensões adicionais no campo diplomático.
(com informações de EFE e AFP)