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O governo da França recomendou que seus cidadãos evitem viagens à Venezuela, a menos que sejam por “motivos de força maior”, e orientou os franceses que já estão no país a se manterem afastados de “qualquer manifestação de caráter político”.
A recomendação, publicada neste domingo, foi emitida pelo centro de crise e apoio do Ministério das Relações Exteriores da França, após a prisão de três norte-americanos, dois espanhóis e um tcheco pelas autoridades venezuelanas, acusados de “desestabilizar” o país.
O Ministério francês pediu que todas as viagens programadas para a Venezuela sejam adiadas, salvo se forem por “força maior”, devido ao “aumento das tensões” após as eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais tanto Nicolás Maduro quanto o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, se declararam vitoriosos.
“Aos que já estão no país, recomenda-se evitar qualquer manifestação de caráter político e se informar sobre a situação política e de segurança. Também se aconselha evitar qualquer expressão sobre a situação política da Venezuela em espaços públicos”, indicou o Ministério em sua nota.
Os espanhóis detidos foram identificados como José María Basoa Valdovinos e Andrés Martínez Adasme, enquanto os americanos são Estrella David, Aaron Darren Logan e Wilmer José Castañeda, membro ativo das forças SEAL da Marinha dos Estados Unidos. Eles foram presos em Puerto Ayacucho, no sul do Amazonas, próximo ao aeroporto local.
O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, anunciou as detenções em uma intervenção na televisão, acrescentando que os indivíduos estavam relacionados à descoberta de mais de 400 armas “transportadas dos Estados Unidos” e a planos de infiltrar “um grupo de mercenários” no país para assassinar Maduro, Delcy Rodríguez e outros membros do governo chavista. Segundo Cabello, as armas chegavam “em contêineres com produtos como ração para cães, desmontadas, e aqui eram montadas por grupos locais”.
Cabello afirmou que os serviços de segurança notaram “uma situação irregular”, quando os acusados foram vistos tirando fotos, o que levou à sua prisão. “Ao serem capturados, encontramos em seus telefones vínculos com uma mulher chamada María Teresa Clavijo, de Aragua, dirigente do Vente Venezuela, e com outros indivíduos ligados a grupos que buscavam adquirir explosivos”, relatou.
Ele também mencionou conexões com o ex-deputado Américo De Grazia e Carlos Chancellor, prefeito de El Dorado, além de apontar que Iván Simonovis, ex-secretário de Segurança de Caracas, estava à frente da rede de tráfico de armas.
Cabello acusou o grupo de planejar o assassinato da prefeita de Upata, afirmando que “esse é um ato de terrorismo promovido por setores políticos”, e destacou o envolvimento da CIA na operação. Ele prometeu que o governo usará “todos os mecanismos” para enfrentar e derrotar grupos que tentem desestabilizar o país.
O governo da Espanha negou que os dois detidos pertencem ao CNI, conforme alegou o ministro, e enviou uma nota pedindo à embaixada em Caracas que tivesse acesso aos presos para verificar suas identidades e nacionalidade, e oferecer assistência necessária.
O pai de Adasme, em entrevista ao jornal El Mundo, afirmou que seu filho e Basoa Valdovinos não são terroristas e estavam na Venezuela de férias. Segundo uma publicação da família no Facebook, ambos estavam desaparecidos desde 2 de setembro, quando foram vistos pela última vez em Inírida, na Colômbia, a caminho de Puerto Ayacucho.
(Com informações da AFP, EFE e Europa Press)