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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quinta-feira (3) que está dialogando com Israel sobre a possibilidade de atacar as instalações petrolíferas do Irã, em retaliação ao ataque que Teerã lançou na última terça-feira, disparando cerca de 200 mísseis contra o território israelense.
Biden fez essas declarações à imprensa no jardim sul da Casa Branca, antes de embarcar no helicóptero Marine One para viajar à Flórida e Geórgia e inspecionar os danos causados pelo furacão Helene.
Em meio ao barulho das hélices do helicóptero, um jornalista perguntou: “O senhor apoiaria que Israel atacasse as instalações petrolíferas do Irã?”, ao que o presidente respondeu: “Estamos discutindo isso.”
Os preços do petróleo subiram 5% devido às preocupações com o Oriente Médio após a intervenção de Biden.
Esse aumento no preço do petróleo pode ser extremamente prejudicial para a vice-presidente de Biden, Kamala Harris, já que ela enfrentará o ex-presidente republicano Donald Trump nas eleições de 5 de novembro, nas quais o custo de vida é uma questão crucial.
Em resposta a outra pergunta, Biden afirmou que Israel não tomaria nenhuma ação de retaliação naquele dia e deixou claro que os EUA não “permitem” que Israel faça algo, mas apenas aconselham seu maior aliado no Oriente Médio e maior fornecedor de armamento.
“Primeiro de tudo, nós não ‘permitimos’ nada a Israel. Aconselhamos Israel. E nada vai acontecer hoje”, destacou Biden.
Esses ataques do Irã contra Israel foram os primeiros desde abril, quando o Irã atacou com mísseis e drones duas bases aéreas israelenses no Negev e atingiu pontos do território ocupado nas Colinas de Golã, embora Israel, Estados Unidos e países árabes que estavam na rota dos projéteis tenham interceptado a maioria deles.
Israel interceptou a maior parte dos 200 mísseis lançados pelo Irã. Mesmo assim, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alertou que Teerã pagaria pelo ataque. O Irã, que arma e financia o Hezbollah no Líbano, declarou que intensificaria sua resposta caso Israel contra-atacasse.
Os Guardiões da Revolução Iraniana afirmaram que os mísseis foram disparados em retaliação pelo assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, juntamente com o de um general da força Quds dos Guardiões da Revolução, além do assassinato, em julho, do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã.
A ofensiva de terça-feira ocorreu em meio ao aumento da tensão na região, após o anúncio de Israel, na segunda-feira, do envio de tropas ao sul do Líbano para desmantelar a infraestrutura do Hezbollah, o que ocorreu após mais de uma semana de intensos bombardeios israelenses contra o sul e o leste do país.
Esses bombardeios israelenses já deixaram quase 2.000 mortos e um milhão de deslocados, segundo autoridades libanesas.