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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou em uma entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal turco Hürriyet que “Estados Unidos e Rússia estão à beira de um conflito militar direto”.
“Com o governo do atual presidente americano (Joe Biden), que levou a espiral de inimizade com a Rússia ao extremo, nossos países se encontram à beira de um confronto militar direto”, disse Lavrov.
Na entrevista, realizada após a cúpula do grupo BRICS, que aconteceu na semana passada na cidade russa de Kazan, e contou com a participação da Turquia, Lavrov afirmou não ter preferência entre os candidatos que disputam a presidência dos Estados Unidos: o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris.
“Não temos preferências. No passado, o governo de Trump impôs um número maior de sanções à Rússia, em comparação com seus antecessores”, disse Lavrov.
“No entanto, independentemente de quem vencer a eleição, não vemos uma perspectiva de que a russofobia dos Estados Unidos vá mudar”, acrescentou o ministro, que ao mesmo tempo sublinhou sua disposição para o “diálogo”.
“Se os americanos demonstrassem uma intenção séria de alcançar um acordo sincero, com base no princípio da reciprocidade e respeito aos interesses de ambos os lados, estaríamos dispostos a dialogar”, afirmou Lavrov.
O ministro destacou que “a Rússia está aberta a uma solução política” para a situação na Ucrânia, mas que isso não deve se limitar a “um cessar-fogo temporário”, e sim a um acordo que “elimine as causas do conflito”.
Entre essas causas, Lavrov mencionou “a expansão da OTAN em direção ao leste”, a “ameaça aos interesses de segurança vitais da Rússia” e a “violação dos direitos dos russos e falantes de russo na Ucrânia”.
No entanto, segundo ele, a tensão só aumenta no cenário atual.
“Washington e seus aliados oferecem todos os tipos de apoio a Kiev e discutem a possível entrega de mísseis de longo alcance, de fabricação ocidental, para atacar alvos dentro do território russo”, disse.
“Diante dessa situação, parece improvável que qualquer país, inclusive a Turquia, consiga mediar com sucesso”, concluiu o ministro.
Os Estados Unidos, por sua vez, alertaram na quinta-feira que há cerca de 8.000 soldados norte-coreanos na região russa de Kursk, prontos para se juntar aos combates contra a Ucrânia, e que a incorporação definitiva desses soldados pode ocorrer nos próximos dias.
O Secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que dos 10.000 soldados norte-coreanos que os EUA acreditam ter entrado na Rússia, até 8.000 “foram mobilizados na região de Kursk”.
“Ainda não vimos essas tropas em combate contra as forças ucranianas, mas esperamos que isso ocorra nos próximos dias”, declarou Blinken em uma conferência de imprensa após as conversações entre Estados Unidos e Coreia do Sul.
A Rússia tem treinado as tropas norte-coreanas “em artilharia, veículos aéreos não tripulados e operações básicas de infantaria, incluindo a limpeza de trincheiras, o que indica que pretendem usar essas forças na linha de frente”, afirmou.
“Caso essas tropas participem de operações de combate ou apoio ao combate contra a Ucrânia, elas se tornarão alvos militares legítimos”, declarou Blinken.
Por outro lado, o embaixador adjunto de Washington na ONU, Robert Wood, afirmou durante uma sessão do Conselho de Segurança que, apesar das tentativas do Kremlin de desmentir a situação, já há milhares de oficiais de Pyongyang nesta região fronteiriça com a Ucrânia, onde ocorreu uma incursão significativa algumas semanas atrás, resultando em importantes vitórias para Kiev.
(Com informações da EFE)