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O ministro da Justiça dos Países Baixos enviou uma carta ao Parlamento informando sobre as primeiras ações tomadas pelo Governo após o ataque antissemita ocorrido em Amsterdã na noite de quinta-feira e assegurou que será investigado se foram ignorados alertas prévios de Israel sobre possível violência.
“Ainda está sendo realizada uma investigação sobre possíveis sinais de alerta vindos de Israel”, escreveu David van Weel sobre a avaliação em grande escala que foi ordenada após um grupo de manifestantes pró-palestinos agredir com chutes, socos e insultos torcedores judeus na saída do jogo entre Ajax e Maccabi Tel Aviv. Simultaneamente, a Polícia reconheceu nas últimas horas que falhas no planejamento de segurança agravaram a situação.
O incidente deixou cinco pessoas feridas e 63 detidas, das quais quatro — duas delas menores de idade — permanecem presas preventivamente e serão processadas na próxima semana. Espera-se que, conforme a investigação avance e as câmeras de segurança da área sejam analisadas, novos arrestos sejam feitos. Os promotores detalharam que nenhum dos arrestos realizados até o momento foi por violência ocorrida após a partida.
“A Procuradoria declarou que seu objetivo é aplicar a justiça de forma rápida sempre que possível. (É) prioridade absoluta” identificar os responsáveis, insistiu Van Weel.
De acordo com os primeiros indícios, as autoridades acreditam que as agressões foram incitadas por chamadas nas redes sociais que pediam ataques aos israelenses na saída do evento esportivo. Por conta disso, foram proibidas as manifestações durante o fim de semana na cidade, como medida preventiva nesta “área de risco de segurança”. “Amsterdã está profundamente entristecida, a cultura judaica está gravemente ameaçada (por esta) explosão de antissemitismo”, lamentou a prefeita Femke Halsema.
Após o ocorrido, o recém-nomeado ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, fez uma viagem urgente aos Países Baixos e se colocou à disposição das autoridades locais para participar das investigações, que estão sendo conduzidas pela polícia e autoridades locais sob as ordens de Halsema. Sa’ar também se reuniu com o primeiro-ministro Dick Schoof — que cancelou sua presença na cúpula sobre mudanças climáticas da ONU desta semana para tratar da crise pessoalmente — e expressou sua preocupação com o ocorrido.
“A exigência dos atacantes para que (os israelenses) apresentem passaportes para provar sua identidade lembrava períodos sombrios da história. Israel não pode aceitar a perseguição a judeus e israelenses em solo europeu”, afirmou. Por sua vez, Schoof respondeu que “o Governo holandês está fazendo tudo o que é possível para garantir que a comunidade judaica em nosso país se sinta segura”.
Anteriormente, Schoof havia afirmado que “os ataques antissemitas contra israelenses são completamente inaceitáveis”.
O Governo israelense, que descreveu o ocorrido como “um pogrom antissemito”, também organizou voos especiais para garantir o retorno seguro de seus cidadãos ao país e pediu ao Mossad que elabore um plano para evitar futuros distúrbios em eventos esportivos.
Por sua vez, o governo neerlandês realizará uma reunião de gabinete na segunda-feira para discutir a violência de quinta-feira à noite, confirmou Schoof na rede social X, dizendo que no dia seguinte será realizada outra reunião para discutir como combater o antissemitismo.
(Com informações da AP e Reuters)