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A situação na Síria se intensifica à medida que as forças rebeldes, compostas por uma aliança de milícias armadas, avançam rapidamente em direção a Damasco, capital síria. Neste sábado, líderes rebeldes afirmaram estar cercando a cidade, enquanto o regime de Bashar al-Assad negou a retirada das tropas e desmentiu rumores de que o presidente teria abandonado a capital.
Hasan Abdel Ghani, comandante da coalizão rebelde liderada pelo grupo islamista radical Hayat Tahrir al-Sham (HTS), afirmou que a ofensiva agora está na “fase final”, com o objetivo de cercar Damasco. A ofensiva teve início na semana passada, e as forças rebeldes têm conquistado rapidamente cidades chave que estavam sob controle do regime sírio.
Em resposta, o Ministério da Defesa sírio negou qualquer retirada do exército das suas posições ao redor da cidade e desqualificou as informações como “infundadas”. A presidência síria também se manifestou, negando os rumores de que Assad teria deixado a cidade.
Ahmed al-Sharaa, líder do HTS, em um comunicado enviado aos combatentes, disse que a tomada de Damasco está próxima: “Damasco os espera”, afirmou, usando seu nome verdadeiro, em vez do nome de guerra, Abu Mohammed al-Jolani. O objetivo principal, de acordo com o chefe rebelde, continua sendo o derrube de Bashar al-Assad. Em entrevista à CNN na sexta-feira, al-Sharaa destacou que os rebeldes têm o direito de usar todos os meios necessários para alcançar este objetivo.
A Casa Branca, por meio de Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, afirmou que o governo americano está monitorando de perto a situação na Síria, com foco na prevenção de um ressurgimento do Estado Islâmico (EI) e na minimização de uma possível catástrofe humanitária. Sullivan ressaltou que os EUA estão coordenando ações com aliados regionais para evitar a instabilidade na região.
Enquanto isso, os rebeldes islamistas anunciaram a tomada da prisão de Sednaya, localizada nas proximidades de Damasco. Conhecida por suas condições brutais e as graves violações de direitos humanos, a prisão foi descrita pelos rebeldes como o “fim da era de tirania”. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) confirmou o incidente, destacando que a prisão, chamada de “matadouro humano”, abriu suas portas para milhares de prisioneiros que haviam sido mantidos sob o controle do regime de Assad.
Com os rebeldes agora entrando em Damasco, cenas de confrontos e intensos tiroteios têm sido relatadas pelos moradores da cidade. Muitos sírios recordam de momentos semelhantes ocorridos há mais de dez anos, quando o regime de Assad já havia enfrentado levantes populares, mas não esperavam ver uma nova onda de resistência com tamanha força.
Com o avanço rebelde e o desmoronamento das forças do regime, o reinado de Bashar al-Assad, que dura há 24 anos, pode estar se aproximando de seu fim. A situação continua a se desenrolar com grande tensão, enquanto a comunidade internacional observa atentamente os próximos passos na crise síria.
