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O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou sua disposição em negociar com o regime do Irã para frear seu programa nuclear, destacando que prefere essa alternativa a um ataque militar. Em entrevista ao jornal The New York Post, Trump afirmou: “Eu gostaria de chegar a um acordo com o Irã sobre a não proliferação nuclear. Preferiria isso a bombardear tudo por toda parte”.
Trump enfatizou que seu objetivo é impedir que a República Islâmica se torne uma potência nuclear e garantiu que seu governo manteria aberta a possibilidade de diálogo. “Não quero dizer o que farei se eles não aceitarem, mas acho que ficarão muito felizes se o fizerem”, acrescentou.
Histórico de tensão entre EUA e Irã
Em 2018, durante seu primeiro mandato, Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear firmado em 2015 pelo então presidente Barack Obama. A saída de Washington desestabilizou o pacto, que permitia ao Irã acesso aos mercados internacionais em troca de restrições ao seu programa nuclear.
Em meio às crescentes tensões no Oriente Médio, Trump sugeriu que um acordo com Teerã poderia evitar um confronto direto com Israel, país que tem realizado ataques contra alvos iranianos em resposta às disputas na região. “Se chegarmos a um acordo, Israel não os bombardearia”, declarou, sem fornecer mais detalhes sobre possíveis negociações.
Resistência iraniana à “máxima pressão”
O governo iraniano, no entanto, condiciona qualquer diálogo ao fim da política de “máxima pressão” aplicada por Washington. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abas Araghchi, afirmou que o país não aceitará negociações enquanto as sanções impostas por Trump permanecerem em vigor.
“A suspensão das sanções exige negociações, mas não em um contexto de ‘máxima pressão’, pois, nesse caso, não seria uma negociação, mas uma forma de rendição”, declarou Araghchi.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, também rechaçou a possibilidade de um diálogo com Washington. “Negociar com os Estados Unidos não é inteligente, não é honroso e não é prudente”, afirmou em um encontro com oficiais das Forças Armadas do Irã.
Khamenei relembrou o fracasso do acordo nuclear de 2015, que restringia o programa nuclear iraniano em troca do levantamento de sanções econômicas. “O Irã negociou com os Estados Unidos no passado, foi alcançado um acordo, mas os americanos o violaram”, disse, referindo-se à decisão de Trump de abandonar o pacto em 2018 e reinstaurar sanções econômicas contra Teerã.
O aiatolá ainda alertou que o Irã responderá a qualquer ação hostil de Washington. “Se os americanos ameaçarem a segurança da nação iraniana, atacaremos sua segurança sem hesitação”, declarou. “Se nos ameaçarem, os ameaçaremos. Se concretizarem a ameaça, responderemos na mesma moeda”, acrescentou.
Avanços no programa nuclear iraniano
O Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA) alertou sobre o avanço do Irã no enriquecimento de urânio, com estoques de material enriquecido a 60% ultrapassando 180 quilos. Especialistas afirmam que o país pode atingir o nível de 90% de enriquecimento necessário para fabricar uma bomba nuclear em um curto período de tempo.
Embora Teerã reforce seu compromisso com o Tratado de Não Proliferação Nuclear, relatórios de inteligência dos Estados Unidos sugerem que o país pode estar explorando métodos mais rápidos para desenvolver uma arma nuclear. O impasse diplomático e as tensões crescentes continuam a ameaçar a estabilidade na região.
