Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão. Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou nesta segunda-feira (12) sua participação no Fórum Empresarial Brasil-China, em Pequim, com um discurso marcado por críticas ao ex-presidente norte-americano Donald Trump e apelos por maior integração comercial entre os dois países. Lula classificou o encontro como mais um passo para ampliar oportunidades de negócios e reforçou a aliança estratégica com a China, principal parceiro comercial do Brasil.
Durante a fala, o presidente criticou o que chamou de “tendências protecionistas” no cenário global e defendeu a redução de barreiras comerciais. Sem mencionar diretamente os Estados Unidos, Lula fez referência ao chamado “tarifaço” promovido por Trump, e afirmou que China e Brasil são atores globais incontornáveis.
“É por isso que eu não me conformo com a chamada taxação que o presidente dos Estados Unidos [Donald Trump] tentou impor ao planeta Terra do dia para a noite, porque o multilateralismo depois da 2ª Guerra Mundial foi o que garantiu todos esses anos de harmonia entre os Estados. Não foi o protecionismo”, disse Lula.
Lula defendeu o multilateralismo como prática do livre comércio, ressaltando o interesse brasileiro em expandir as relações comerciais para além de óleos combustíveis e fertilizantes, incluindo soja e carne bovina. “O protecionismo no comércio pode levar à guerra, como já aconteceu tantas vezes na história da humanidade. O que queremos é o multilateralismo para que a gente possa praticar o livre comércio”, afirmou.
A fala de Lula ocorreu no encerramento do Fórum Empresarial Brasil-China. O petista está no país asiático desde sábado (10), para participar da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) com a China. Ele também terá uma reunião bilateral com o presidente chinês, Xi Jinping. A viagem se dá em meio à guerra comercial dos Estados Unidos com a China. O ex-presidente norte-americano, Donald Trump, impôs em abril uma série de tarifas para produtos importados de diversos países. Posteriormente, recuou e suspendeu a política protecionista para os parceiros comerciais, com exceção da China, que havia retaliado. As taxas mútuas das duas maiores economias do mundo ultrapassaram 100%, tornando o comércio inviável entre ambos.
A China foi o principal alvo dos elogios presidenciais. Lula afirmou que o país asiático tem sido tratado injustamente como inimigo do comércio internacional, mas que serve de exemplo por manter relações com nações historicamente negligenciadas. Ele destacou que foi um dos primeiros chefes de Estado a reconhecer a China como economia de mercado e exaltou a previsibilidade, estabilidade fiscal, jurídica e social do Brasil como atrativos para novos investimentos chineses.
Na avaliação de Lula, o potencial da relação sino-brasileira é “inesgotável”. Ele citou o crescimento de 30 vezes no comércio bilateral entre 2003 e 2025 e defendeu mais investimentos em setores estratégicos. O presidente mencionou acordos já firmados com os chineses nas áreas de inteligência artificial, espaço, saúde, educação, agricultura e, especialmente, na produção de medicamentos e vacinas.
Ao final do discurso, Lula pediu respeito à América Latina e ao Brasil. Essa foi a segunda visita do presidente à China desde o início de seu terceiro mandato, numa tentativa de estreitar laços comerciais e políticos em um momento de tensões com antigos aliados ocidentais.
