Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão. Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O empresário alemão Bernd Kebbel morreu na madrugada de domingo (1º) após ser atacado por um leão enquanto acampava com a esposa e amigos no Hoanib Skeleton Coast Camp, um luxuoso alojamento no remoto noroeste da Namíbia. O ataque ocorreu quando Kebbel, de 59 anos, deixou a tenda para ir ao banheiro, segundo confirmaram autoridades locais.
De acordo com Ndeshipanda Hamunyela, porta-voz do Ministério do Meio Ambiente da Namíbia, o ataque foi fulminante e aconteceu nas proximidades de Sesfontein, região árida e montanhosa habitada por leões adaptados ao deserto. “Outros campistas tentaram espantar o leão, mas já era tarde demais”, afirmou.
O leão foi posteriormente localizado por agentes de conservação ambiental e abatido. A polícia informou que está investigando o caso e deve apresentar um relatório completo nos próximos dias.
Bernd Kebbel era um nome conhecido no país por sua atuação à frente da Off-Road Centre, empresa especializada em acessórios para veículos de safári, além de sua atuação como filantropo, apoiando projetos voltados à preservação da vida selvagem. Sua morte causou comoção entre operadores turísticos e ambientalistas da Namíbia, país que aposta no turismo de luxo em meio à natureza como uma das principais fontes de renda.
O episódio reacendeu o debate sobre a segurança nos safáris de alto padrão. Embora os acampamentos mantenham protocolos rígidos e alertas para que os hóspedes não circulem sozinhos à noite, nem todos oferecem banheiros dentro das tendas, o que obriga os turistas a se expor em áreas onde há presença constante de grandes predadores.
A população de leões do deserto, espécie rara e ameaçada, tem diminuído nos últimos anos devido à seca prolongada, escassez de presas naturais e aumento dos conflitos com humanos. Em 2023, estimava-se que havia cerca de 60 leões adultos e pouco mais de uma dezena de filhotes na região.
Casos de ataques fatais por leões têm sido registrados em outras partes da África e da América. Em abril, uma menina de 14 anos morreu após ser atacada por um leão em um rancho ao sul do Parque Nacional de Nairóbi, no Quênia. Em setembro de 2024, um tratador de 35 anos foi morto por um leão no zoológico da Biblioteca Presidencial Olusegun Obasanjo, na Nigéria. Já em janeiro deste ano, um funcionário de 60 anos morreu atacado por um leão no Parque Safari Altamira, no México.
Embora ataques de leões a humanos sejam considerados raros, em geral levam à morte imediata do animal envolvido — uma prática que é criticada por organizações de proteção à fauna, que alertam para a necessidade de soluções estruturais para evitar novos conflitos. Na Namíbia, os impactos das mudanças climáticas e a convivência cada vez mais difícil entre comunidades e vida selvagem agravam esse cenário.
O Ministério do Meio Ambiente da Namíbia reforça que visitantes de parques e reservas devem seguir todas as orientações dos guias, evitar circular sozinhos à noite e manter cautela redobrada, mesmo em estruturas de luxo.
A investigação sobre o ataque que vitimou Bernd Kebbel segue em andamento. Enquanto isso, autoridades e operadores turísticos discutem formas de reforçar a segurança sem comprometer a essência da experiência oferecida pelo turismo de natureza no país africano.
