Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram] WhatsApp: [link do WhatsApp]
Os preços do petróleo caíram acentuadamente nesta segunda-feira (23) após o ataque com mísseis do Irã a uma base aérea dos Estados Unidos no Qatar não deixar vítimas, alimentando esperanças no mercado de que o conflito no Oriente Médio possa caminhar para uma desescalada.
O barril do petróleo bruto norte-americano (WTI) recuou US$ 5,33, ou 7,22%, e fechou cotado a US$ 68,51. Já o Brent, referência internacional, caiu US$ 5,53, ou 7,18%, encerrando o dia a US$ 71,48 — os menores níveis desde o início dos bombardeios de Israel contra o Irã, em 13 de junho.
O ataque iraniano à base de Al-Udeid, em retaliação aos bombardeios dos EUA contra instalações nucleares estratégicas no fim de semana, foi confirmado pela TV estatal do Irã e noticiado pela NBC News. Posteriormente, o governo do Qatar informou que os mísseis foram interceptados por seus sistemas de defesa aérea e que não houve feridos.
Na véspera, o petróleo chegou a disparar com a entrada dos EUA na ofensiva militar liderada por Israel. O Brent chegou a ultrapassar US$ 81 e o WTI atingiu o maior patamar desde janeiro, antes de recuar com a percepção de que o ataque iraniano foi contido.
Apesar do alívio no mercado, analistas ainda monitoram de perto a situação no Estreito de Ormuz — rota vital por onde passam cerca de 20% de todo o petróleo consumido no mundo. De acordo com a Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA), aproximadamente 20 milhões de barris por dia circularam pelo estreito em 2024.
A mídia estatal iraniana afirmou no domingo que o Parlamento do Irã apoiou o fechamento do Estreito, citando um parlamentar sênior. No entanto, a decisão final cabe ao Conselho Supremo de Segurança Nacional do país.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, alertou o Irã para não tomar essa medida, classificando-a como “suicídio econômico”. “Nós temos opções para lidar com isso”, disse Rubio à Fox News. “Fechar o Estreito prejudicaria outras economias muito mais do que a nossa. Seria uma escalada massiva que exigiria resposta não apenas dos EUA, mas de outras nações.”
Rubio também apelou à China, principal compradora do petróleo iraniano, para pressionar Teerã a evitar o fechamento da rota. Segundo dados da Kpler, mais da metade das importações marítimas de petróleo bruto da China vem do Golfo Pérsico.
“Peço ao governo chinês que faça esse contato, porque eles dependem fortemente do Estreito de Ormuz para garantir seu abastecimento de petróleo”, afirmou Rubio.
De acordo com relatório da Opep divulgado neste mês, o Irã produziu 3,3 milhões de barris por dia em maio e exportou cerca de 1,84 milhão, com a maior parte sendo vendida à China.
