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A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, na Câmara dos Deputados, aprovou nesta quinta-feira (19) duas propostas que pretendem cancelar o indulto a penas concedido pelo então presidente Michel Temer em 21 de dezembro de 2017.
O indulto, editado por Temer, também prevê que condenados por crimes sem violência ou grave ameaça possam solicitar o benefício na Justiça, que inclui redução ou perdão da pena. O decreto não estabeleceu uma condenação máxima para os beneficiados, que até então só poderiam receber indulto pessoas condenadas a no máximo 12 anos de prisão.
No âmbito da Operação Lava Jato, o ex-diretor-presidente da Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini, um dos delatores do processo de corrupção na Petrobras, foi beneficiado pelo indulto natalino de Temer. Na decisão, a juíza acolheu o pedido da defesa para a concessão do benefício regulamentado pelo Decreto 9.246 de dezembro de 2017, assinado por Temer.
Preso preventivamente em novembro de 2014, Avancini foi condenado pelo então juiz Sergio Moro a 15 anos e dez meses de reclusão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa
O indulto foi questionado no Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu alguns pontos como a sustação de multas, extinção da pena para pessoas que respondem a outro processo ou sem condenação transitada em julgado, e a diminuição do mínimo da pena a ser cumprida para 1/5.
Os dois projetos apresentados na comissão tramitam em conjunto e querem suspender integralmente o decreto. Chamados de projetos de decreto legislativo, eles foram apresentados por parlamentares do PSL: deputados Bibo Nunes (RS), Carla Zambelli (SP) e Sanderson (RS).
Os deputados afirmam que Temer exorbitou do poder regulamentar que tinha para conceder o indulto e criou novas regras de Direito Penal sem o aval do Congresso Nacional. “Embora o indulto seja discricionário do presidente da República, não pode ofender o princípio da individualização da pena”, afirmam os autores.
O relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), afirmou que é necessário cancelar o decreto para fortalecer as normas de combate ao crime e fazer prevalecer legislação que trata de forma mais grave as condutas criminosas.
Os projetos votados nesta quinta seguem para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na Câmara dos Deputados, e precisam ser aprovados em plenário.
*Com informações da Câmara Notícias